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Data: 29/10/2025

Editoria: Shopping Pátio Higienópolis
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Clima instável desafia varejo de moda e deve influenciar vendas no início do 4T25

Consumidora no Centro de São Paulo (Foto: REUTERS/ Paulo Whitaker)
Consumidora no Centro de São Paulo (Foto: REUTERS/ Paulo Whitaker)
As variações bruscas de temperatura voltaram a colocar o varejo de moda no radar dos analistas. Lojas Renner (LREN3), Guararapes (GUAR3), dona da Riachuelo, e C&A (CEAB3) enfrentam um período em que o comportamento do consumidor muda junto com o clima, com a procura por casacos tomando o lugar de shorts e camisetas. Segundo análise da XP Investimentos, outubro foi mais frio que o habitual em boa parte do país, o que reduziu a procura por roupas leves e pode ter freado o início do quarto trimestre deste ano (4T25), historicamente o mais importante para o setor.

O monitor de temperatura da XP indica que, até domingo (26), as temperaturas ficaram cerca de 1 grau abaixo da média nas nove capitais acompanhadas. Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia tiveram as maiores quedas, enquanto São Paulo ficou 0,4 grau abaixo do histórico. Quando considerados dados de mais estações meteorológicas e previsões para o fim do mês, a XP estima que as temperaturas chegaram a ficar até 2°C abaixo da média.

As regiões Sul e Sudeste, onde a Lojas Renner concentra 70% de sua área total de lojas, contra cerca de 60% no caso de Guararapes e Cia Hering (do grupo Azzas 2154, AZZA3), foram as mais atingidas. Ainda assim, a diferença entre as empresas é pequena: a XP calcula queda média de 1,7°C nas áreas da Renner, contra 1,5°C a 1,6°C nas concorrentes.

Os analistas lembram que o clima já havia sido um fator determinante nos trimestres anteriores. O frio intenso do segundo trimestre ajudou as vendas de inverno, enquanto temperaturas irregulares no terceiro trimestre prejudicaram o giro das novas coleções. Agora, as dinâmicas climáticas voltam a ser observadas com atenção pelos investidores, já que o frio persistente nas regiões Sul e Sudeste continua fora do padrão.

Últimas semanas foram marcadas por anúncios diversos por gigantes do setor, que mostram batalhas mais intensas pela preferência do consumidor

A XP apurou ainda que as previsões do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), indicam que novembro tende a seguir com temperaturas mais baixas, especialmente no Sudeste, com o Rio de Janeiro em destaque. Há também expectativa de aumento das chuvas, o que deve manter o clima ameno.

Já dezembro deve ser mais quente que o histórico, o que, aliado à força da temporada de festas e a uma possível demanda reprimida, pode compensar o início mais frio do trimestre. É isso, aliás, que deve ajudar o setor a fechar o ano em recuperação.

Mesmo com a volatilidade climática, a XP diz que não espera grandes divergências de desempenho entre as principais varejistas de moda. A maior concentração de lojas da Renner em áreas frias pode gerar uma leve diferença em relação aos pares, mas, segundo os estrategistas, o efeito deve ser limitado.