O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu 1 ponto em outubro, para 88,5 pontos, informou nesta segunda-feira (24) a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com isso, o indicador atinge o maior patamar desde dezembro de 2024 (91,3 pontos). Um ambiente de mercado de trabalho aquecido e de inflação menos pressionada levou ao aumento, o segundo consecutivo, informou a economista da FGV Anna Carolina Gouveia.
Na passagem de setembro para outubro, houve melhora tanto nas respostas relacionadas ao presente quanto nas ligadas ao futuro. É o que indica resultados dos dois componentes do ICC. O Índice de Situação Atual (ISA) subiu 1 ponto em outubro, para 83 pontos, mesmo aumento observado no Índice de Expectativas (IE), que passou para 92,8 pontos.
“Entre maio e agosto o indicador ‘flutuava’” disse a técnica, a comentar que, naquele período, a trajetória da confiança operava em ritmo oscilante. “Mas desde setembro, e agora essa alta de outubro, notamos essas duas altas consecutivas e observamos essa tendência de melhora gradativa”, disse.
Gouveia mais uma vez citou o quadro favorável de emprego como um dos fatores que levaram à expansão do ICC em outubro. Isso porque a renda originada do trabalho ainda é principal motor para consumo interno, notou. “Temos um cenário de mercado de trabalho robusto, com emprego em alta”, resumiu.
Em setembro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou taxa de desemprego de 5,6% até trimestre finalizado em agosto, a menor da história da série iniciada em 2012 pelo segundo mês consecutivo.
Outro aspecto que ajudou em maior folga no orçamento do consumidor foi a menor pressão inflacionária entre setembro e outubro. O IBGE informou alta de 0,18% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) em outubro, após subir 0,48% em setembro.
“A menor pressão inflacionária favoreceu consumidores de menor renda”, completou.
Isso é perceptível na evolução, por faixas de renda, do ICC. Em outubro, os consumidores com ganhos até R$ 2.100,00 mostraram alta de 5,1 pontos no indicador de confiança, a maior expansão entre as quatro faixas de renda pesquisadas pela FGV.
Ao ser questionada sobre continuidade de trajetória de recuperação gradativa no ICC, a especialista foi cautelosa. “É um pouco difícil dizer que [a tendência de alta na confiança] vai continuar. Porque a confiança tem flutuado [oscilado] esse ano”, disse. “Mas se a inflação continuar m situação de queda, o ICC pode continuar a melhorar, com alguma oscilação”, disse.
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