O pregão desta quarta-feira (17) é positivo para o mercado brasileiro, com o Ibovespa operando em alta de 0,83% aos 145.262,06 pontos, por volta das 11h30, marcando a primeira vez na história que o principal índice brasileiro ultrapassa a casa dos 145 mil pontos. Entre as altas e baixas do Ibovespa, o destaque fica por conta das ações de varejo e consumo, que se beneficiam do ambiente mais otimista dos investidores.
O Magazine Luiza (MGLU3) lidera as maiores altas do dia, com ganho expressivo de 6,61%. A varejista se beneficia da expectativa de corte de juros nos Estados Unidos, que deve ser anunciado ainda hoje pelo Federal Reserve. A possibilidade de redução de 25 pontos-base na taxa básica americana tem pressionado o dólar para baixo e impulsionado os ativos de risco, movimento que favorece a bolsa brasileira desde a semana passada.
O GPA (PCAR3) também apresenta forte desempenho, avançando 3,37%, impulsionado por notícias sobre uma possível capitalização privada de R$ 500 milhões. Segundo informações do mercado, conselheiros, acionistas e interessados discutem a operação, que representaria cerca de 25% do valor de mercado da companhia. O aporte seria realizado ao preço de R$ 4,50 por ação, com prêmio de 8% sobre o último fechamento.
Entre outros destaques positivos das altas e baixas, a Vamos (VAMO3) sobe 2,99% e a RD Saúde (RADL3) avança 2,86%. Ambas as empresas também se beneficiam do ambiente de redução das expectativas de juros futuros.
No Brasil, hoje também é dia de decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que deve anunciar no final da tarde a manutenção da taxa Selic em 15%, com indicação de permanência neste patamar por período prolongado.
Maiores altas do dia
| Ação | Nome | Último (R$) | Variação (R$) | Var. % |
|---|---|---|---|---|
| MGLU3 | Magazine Luiza ON | 11,45 | +0,71 | +6,61% |
| PCAR3 | GPA ON | 4,29 | +0,14 | +3,37% |
| VAMO3 | Vamos ON | 4,13 | +0,12 | +2,99% |
| RADL3 | RD Saúde ON | 17,99 | +0,50 | +2,86% |
| ASAI3 | Assaí ON | 10,36 | +0,25 | +2,47% |
Maiores baixas do dia
Na outra ponta das altas e baixas, algumas ações operam em terreno negativo mesmo em um dia positivo para o mercado. A Motiva (MOTV3) lidera as quedas, recuando 1,15%, em movimento natural de mercado sem notícias específicas que justifiquem a desvalorização.
A Marfrig (MRFG3) cai 1,34%, devolvendo parte dos ganhos recorrentes após a aprovação do processo de fusão com a BRF (BRFS3).
A Embraer (EMBR3) recua 1,41%, mesmo após anunciar aditamento ao contrato com Portugal para aquisição da sexta aeronave KC-390 Millennium. O acordo inclui dez novas opções de compra para potenciais nações parceiras e consolida a Base Aérea N.º 11 como centro de excelência em treinamento.
A Natura (NATU3) opera em baixa de 1,26%, apesar da Moody’s ter elevado a perspectiva da empresa para “estável” após reestruturação e melhora financeira. A agência de rating manteve o rating em “Ba2”, mas reconheceu os avanços na transformação estratégica iniciada em 2022.
| Ação | Nome | Último (R$) | Variação (R$) | Var. % |
|---|---|---|---|---|
| MOTV3 | Motiva ON | 14,57 | -0,17 | -1,15% |
| MRFG3 | Marfrig ON | 27,15 | -0,37 | -1,34% |
| EMBR3 | Embraer ON | 74,78 | -1,07 | -1,41% |
| NATU3 | Natura ON | 8,64 | -0,11 | -1,26% |
| FLRY3 | Fleury ON | 15,45 | -0,16 | -1,02% |
Altas e baixas: contexto do mercado
O mercado opera em meio a expectativa dos investidores pelo corte de juros nos EUA, que deverá ser anunciado nesta tarde. A possibilidade de um corte de 25 pontos-base na taxa básica de juros americana tem pressionado o dólar e impulsionado os ativos de risco, movimento que favorece a bolsa brasileira desde a semana passada.
No Brasil, hoje também é dia de decisão do Copom, que deve anunciar no final da tarde a manutenção da taxa Selic em 15%, com indicação de que permanecerá neste patamar por um período prolongado.
No campo dos indicadores, foi divulgado o IGP-10, que subiu 0,21% em setembro, após avanço de 0,16% em agosto, segundo divulgação da Fundação Getulio Vargas (FGV). Apesar do resultado positivo no mês, o índice ainda acumula queda de 1,06% em 2025. Nos últimos 12 meses, porém, registra alta de 2,88%.
No ambiente político, segue repercutindo a aprovação da chamada PEC da blindagem na Câmara, que condiciona investigações e processos contra parlamentares à autorização prévia do Congresso.
Na esfera corporativa, a S&P Global elevou o rating da Vale de “BBB-” para “BBB”, com perspectiva estável, reforçando a percepção de solidez financeira da mineradora. A Petrobras, por sua vez, foi alvo de dois estudos que destacam seu potencial de liderança na transição energética no Brasil, reduzindo a dependência dos combustíveis fósseis. Já a JHSF Participações comunicou a celebração de um acordo vinculante para a criação de um veículo de investimento no valor aproximado de R$ 4,6 bilhões, voltado à expansão de seus negócios.
E no exterior
Nesta quarta-feira, o cenário internacional ganha força com a decisão de juros do Federal Reserve.
Às 15h, o banco central americano deve anunciar o primeiro corte após um longo período de estabilidade, reduzindo a taxa em 25 pontos-base, para o intervalo entre 4% e 4,25%.
A atenção do mercado estará voltada não apenas para a decisão em si, mas também para a entrevista de Jerome Powell, marcada para 15h30, que poderá indicar a possibilidade de um novo corte já em outubro.
Além disso, a divulgação da atualização das projeções econômicas deverá dar pistas sobre a trajetória da política monetária ao longo do ano, ampliando a expectativa por mais três reduções.
Outro ponto relevante da agenda internacional foi a leitura do índice de preços ao consumidor (CPI) da zona do euro, que subiu 0,1% em agosto, vindo melhor do que o consenso de 0,2%. Na comparação anual, o CPI do bloco europeu ficou estável em 2%, levemente abaixo do consenso, mas dentro da meta de inflação.
