Taxas, logística e perfil do público variam; especialista explica qual plataforma é mais vantajosa para cada tipo de vendedor em 2025
Por:
Stella Piovan
Foto: Getty Images
O comércio eletrônico segue em alta no Brasil e deve continuar crescendo em 2025. Mas, para quem deseja vender online, surge uma dúvida recorrente: qual marketplace escolher? Shopee, Shein e Mercado Livre são hoje as plataformas mais disputadas por vendedores e consumidores, cada uma com seus pontos fortes, taxas e desafios.
Para entender qual delas pode ser a melhor opção, o Terra ouviu Emanuel Ferreira, estrategista de negócios, especialista em marketing digital e CEO da Agência Mais Resultado.
Shopee: porta de entrada para iniciantes
A Shopee se firmou como uma alternativa acessível para quem deseja começar a vender com pouco investimento. A comissão gira em torno de 14% por item, somada a uma taxa fixa de R$ 4 para CNPJ ou R$ 5 para CPF.
Quem opta pelo programa de frete grátis paga mais 6%, mas em troca recebe selo de destaque, acesso a cupons e mais visibilidade na plataforma.
Segundo Ferreira, a principal vantagem é a barreira de entrada reduzida. “É um ambiente seguro para testar produtos e ganhar escala, mas é preciso ter cuidado com atrasos e cancelamentos, que afetam a relevância dos anúncios”, explica.
O perfil ideal é o de vendedores de produtos de baixo a médio valor, com foco em volume.
Shein: aposta em moda e logística nacional
Conhecida como gigante do fast fashion, a Shein está se consolidando como marketplace no Brasil e ampliando oportunidades para vendedores locais.
A comissão cobrada é de cerca de 16% sobre o valor do produto, além de eventuais taxas logísticas que variam conforme o peso e a categoria.
O diferencial está na força da marca em moda e acessórios e na estratégia de nacionalizar parte da produção e da logística, o que reduz custos com importação, câmbio e impostos.
Para Ferreira, quem atua nesse segmento encontra um mercado promissor, mas exigente. “O consumidor da Shein é sensível a preço e cobra qualidade, prazos de entrega rápidos e políticas claras de devolução”, observa.
Mercado Livre: reputação e escala
O Mercado Livre segue como a plataforma mais consolidada da América Latina, com um sistema logístico robusto e grande credibilidade junto aos consumidores.
As comissões variam entre 10% e 19%, dependendo da categoria e do tipo de anúncio, e há cobrança de taxa fixa adicional em itens de menor valor.
O destaque é o Mercado Envios Full, modelo em que o próprio marketplace armazena e entrega os produtos, garantindo rapidez e competitividade.
“É o marketplace que oferece o melhor custo-benefício para quem busca crescer e ter reputação, mas exige mais estrutura operacional e investimento em anúncios”, avalia Ferreira.
Quem ganha em 2025?
Shopee: melhor porta de entrada, indicado para pequenos vendedores e produtos de menor valor.
Shein: aposta em moda/acessórios, competitiva pela nacionalização da logística.
Mercado Livre: melhor custo-benefício para quem busca escala, credibilidade e produtos de maior valor agregado.
Mais do que a escolha da plataforma
Ferreira ressalta que o sucesso não depende apenas do marketplace escolhido. Uma operação estruturada é essencial: logística organizada, cadastro de produtos bem-feito, fotos e vídeos de qualidade, anúncios otimizados e estratégia de SEO fazem toda a diferença.
Ele cita o exemplo da Clima Rio, cliente da agência Mais Resultado, que alcançou R$ 83 milhões em vendas digitais em pleno inverno de 2025, recorde histórico para a marca.
“O marketplace é uma vitrine. Mas só quem estrutura bem sua operação consegue transformar tráfego em vendas consistentes”, afirma.
Como começar a vender online
Para quem deseja entrar no e-commerce em 2025, alguns passos são fundamentais. O primeiro é definir qual produto será comercializado, priorizando itens com demanda comprovada ou que resolvam problemas específicos do consumidor.
Ter um CNPJ não é obrigatório, mas facilita a emissão de notas fiscais e dá acesso a benefícios dos marketplaces, como programas de frete.
Na sequência, é preciso escolher a plataforma mais adequada ao perfil do negócio: Shopee para quem busca entrada rápida e baixo custo, Shein para quem trabalha com moda e acessórios, e Mercado Livre para operações que desejam escalar com credibilidade.
Depois, vem a etapa logística — organizar estoque, prazos e embalagens é essencial, e muitos marketplaces oferecem sistemas de entrega próprios que podem reduzir custos e encurtar prazos.
O cadastro dos produtos também merece atenção: descrições claras, boas fotos e até vídeos aumentam a taxa de conversão. Para ganhar visibilidade, promoções, cupons e anúncios pagos são aliados importantes.
E, por fim, manter um bom atendimento é determinante. Responder rápido, evitar cancelamentos e cultivar uma reputação positiva pode ser o fator decisivo entre apenas sobreviver no digital ou realmente crescer.