
O mercado, em especial o de varejo e serviços, vive um momento de profunda e acelerada transformação. De um lado, consumidores mais digitais, exigentes e imediatistas. Do outro, empresas que ainda tentam acompanhar esse ritmo, equilibrando instabilidade econômica, mudanças de comportamento e pressões por aumento de produtividade. Nesse contexto, uma área passa a ter um papel central para sustentar o futuro das corporações: o RH.
Mais do que gerir folha, contratar ou treinar, o RH precisa ser o grande conector entre cultura, dados, tecnologia e pessoas, assumindo o papel de protagonista na transformação do negócio. Isso significa abandonar o modelo executor e se tornar um agente estratégico, capaz de preparar equipes, desenvolver lideranças e sustentar uma cultura de inovação e aprendizado contínuo.
A jornada do RH estratégico
Chamo esse movimento de jornada do RH estratégico. Essa jornada começa pela consciência do momento em que a empresa está, passa pelo diagnóstico dos principais gaps, avança para a capacitação e cultura digital, apoia a adoção de ferramentas tecnológicas e transforma dados em decisões inteligentes.
Não se trata apenas de processos, mas de mudar mentalidades. O RH estratégico é quem abre as portas para o desenvolvimento, garante que upskilling e reskilling sejam práticas vivas e diárias, e conecta colaboradores à estratégia maior da empresa. Afinal, dados sem pessoas engajadas não geram resultados.
Esse é o ponto de virada: quando o RH cruza indicadores de turnover, produtividade e engajamento com o cuidado humano no desenvolvimento de competências, lideranças e times, ele se torna protagonista de resultados reais e sustentáveis.
Soluções práticas que o RH pode aplicar
Ao assumir essa nova postura, o RH se fortalece em diferentes frentes:
- Reduz a rotatividade, criando programas de desenvolvimento contínuo que aumentam o engajamento e a retenção. Quando as pessoas têm clareza de seus papéis e responsabilidades e sentem-se seguras de como executá-los, elas se sentem pertencentes e valorizadas, o que dá clareza e visão de futuro, de desenvolvimento de carreira e de jornada de evolução, impactando positivamente os índices de retenção.
- Aumenta a produtividade, eliminando tarefas repetitivas e orientando os times a uma nova forma de atuar, por meio de automação e direcionamento de energia para atividades em que as habilidades humanas são mais valiosas, aumentando a geração de valor do negócio como um todo.
- Dá clareza às decisões, usando dados de pessoas e performance para orientar estratégias do negócio, aumentando os níveis de assertividade nesse processo de análise, planejamento e execução.
- Integra cultura e tecnologia, sustentando a omnicanalidade de forma prática, tanto para clientes quanto para colaboradores.
- Prepara lideranças e equipes para o digital, garantindo que a transformação cultural acompanhe a velocidade das mudanças tecnológicas.
Histórias que inspiram
Para ilustrar o impacto da tomada de decisão de forma estratégica, integrando gestão de dados, tecnologia e desenvolvimento contínuo, gosto de destacar dois exemplos que considero bem relevantes:
McDonald’s Universidade do Hambúrguer: há mais de 20 anos no Brasil, já formou milhares de jovens que iniciaram na operação básica e hoje ocupam cargos de liderança. Mais do que treinar, a universidade corporativa criou uma cultura de carreira e meritocracia, que sustenta a performance e a padronização global da rede. Importante ressaltar que vai muito além dos programas de base, tendo como principal braço estratégico programas que envolvem marketing, sustentabilidade e negócios, entro outros que ajudam a formar os executivos da companhia.
Reserva Programa “Somos Todos Vendedores”: um movimento cultural que transformou todos os colaboradores, independentemente da área, em vendedores e trouxe novas habilidades essenciais para o time de atendimento das lojas, que agora atua com microinfluenciador da marca nas redes sociais. O resultado foi romper silos internos e criar um engajamento coletivo com foco no cliente e no resultado, mostrando como o desenvolvimento contínuo e estruturado, alinhado à estratégia do negócio, pode potencializar resultados em toda a organização, unificando o caminho de forma coesa.
Esses exemplos mostram que, quando o RH é estratégico, ele deixa de ser suporte e se tornar um motor de transformação.
Nota: Hoje, mais do que nunca, o RH precisa se reposicionar. Ser estratégico não é uma escolha, mas sim uma necessidade para sustentar o futuro das empresas de varejo e serviços. E esse é exatamente o tema da nossa Masterclass gratuita, “RH Estratégico e Mindset Digital”, que acontece nesta quinta-feira, 4, às 18h, com apoio da Mercado&Consumo e participação de Marcos Gouvêa, diretor-geral da Gouvêa Ecosystem; Renata Souza, diretora de RH da Totvs; Roberto Oliveira, sócio-diretor da Gouvêa Consulting, e de mim, Roberta Andrade, sócia-diretora da Friedman. Vamos sortear dois ingressos para o Latam Retail Show, o maior evento de varejo da América Latina, para quem acompanhar a Masterclass até o fim. Clique aqui e inscreva-se aqui.
Vem com a gente dominar o caminho para que o RH possa assumir seu papel de protagonista e liderar a revolução digital e humana que o mercado exige.