Diferentemente do que acontece nas demais grandes redes de varejo, shoppings e boa parte do comércio brasileiro, os funcionários que vão trabalhar nas novas lojas da H&M no Brasil – rede sueca de roupas que inaugura sua primeira unidade no país neste sábado, 23 – cumprirão uma jornada 5 x 2, ou seja, vão trabalhar cinco dias por semana e descansar dois, em lugar do 6 x 1 padrão, que é o teto da legislação brasileira atual. Definida na Constituição de 1988, a jornada máxima de trabalho no Brasil é de 44 horas semanais, limitadas a 8 horas diárias e seis dias por semana. Desde o ano passado, está parada, aguardando votação, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP) que acaba com a jornada de seis dias e propõe a implementação da semana de quatro dias de trabalho no Brasil.
A H&M inaugura sua primeira loja no Brasil no sábado no Shopping Iguatemi, em São Paulo. A escolha da marca sueca por contratar os 62 colaboradores que o atendimento da unidade de 1.000 metros quadrados, aberta de segunda a segunda, no regime de cinco dias de trabalho semanal foi por uma questão de “qualidade de vida”, além de equalizar as condições entre os funcionários do atendimento, nas lojas, e das áreas administrativas, no escritório em São Paulo, onde não há expediente aos finais de semana e o padrão já é 5 x 2. As informações foram dadas por porta-vozes da operação no Brasil nesta quarta-feira, 20, em uma apresentação a jornalistas sobre a inauguração oficial.
Além da unidade do Iguatemi, que oferece apenas peças femininas, a rede já tem quase pronta também a loja do Shopping Anália Franco, que abrirá as portas na zona lesta da capital em 4 de setembro, com um espaço maior e também as coleções masculinas e infantis. Outras duas unidades – uma no shopping Morumbi, também em São Paulo, e outra no Parque Dom Pedro Shopping, em Campinas (SP) – já estão confirmadas, mas ainda sem data de inauguração fechada.
A Suécia, país-matriz da H&M, foi um dos primeiros países do mundo a testar a semana de quatro dias, além de uma jornada diária de seis horas em lugar de oito. Os testes foram feitos ainda em 2015 na cidade de Gothenburg com órgãos públicas, como hospitais, e os estudos indicaram aumento da satisfação dos funcionários sem perda de produtividade – embora a prática não tenha sido institucionalizada depois. Atualmente, os suecos trabalham em média 35,7 horas por semana, de acordo com a Eurostat, agência de estatísticas da União Europeia.