Veículo: Estadão
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Data: 14/08/2025

Editoria: Shopping Pátio Higienópolis
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Inovação aberta na era da IA: como empresas e startups podem sair ganhando nessa parceria

A inovação aberta é uma forma de grandes empresas se conectarem a startups que têm soluções inovadoras ligadas a áreas de negócios estratégicas. Na era da inteligência artificial (IA), as empresas precisam continuar a atuar no modelo de parceria que gera frutos para ambas as partes, mas a tecnologia deve ser vista como um meio e não como um fim. Esse foi o tema debatido na Rio Innovation Week, um dos principais eventos de inovação do País, que tem o Estadão como parceiro de mídia, por Marcos Gurgel, cofundador da Jumpad, e Marco Cesarino, CEO da consultoria Marco-X, com mediação de Marcel Nobre.

Cesarino lembra que a IA está impactando diversas áreas, inclusive a inovação aberta.

“Em qualquer processo, a inovação aberta também está sendo transformada por IA. A busca por startups hoje está sendo via plataformas como Sling Hub, I/O ou Crunchbase para fazer a curadoria das startups em inovação aberta”, diz.

Cesarino diz que as empresas precisam ter foco na solução que desejam criar ou nas áreas estratégias de uma grande empresa nas quais precisam de otimizações ou melhorias radicais. Ele contou um caso de quando atuava na Embraer X, área de inovação da gigante da aviação. Em uma parceria com a Uber, criaram soluções voltadas ao futuro da mobilidade, resultando no Uber Elevate.

O projeto tinha como objetivo desenvolver um ecossistema de mobilidade aérea urbana, com foco em veículos elétricos de decolagem e pouso vertical (eVTOLs), produtos hoje na Eve, subsidiária da Embraer.

Marcel Nobre, Marco Cesarino e Marcos Gurgel falaram sobre inovação aberta Rio Innovation Week 2025
Marcel Nobre, Marco Cesarino e Marcos Gurgel falaram sobre inovação aberta Rio Innovation Week 2025 Foto: Lucas Agrela/Estadão

“Foi um caso de sucesso de inovação aberta porque o futuro da mobilidade estava no centro da estratégia. Isso foi antes da IA. Mas, muitas vezes, a IA é meio para um fim”, afirma.

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Gurgel lembra que, independentemente da tecnologia utilizada, o mais importante para as empresas continuarem a inovar é manter uma cultura de experimentação e erros.

“As empresas mais inovadores do mundo testam 8 vezes mais do que as outras. Seja melhoria contínua ou radical, não faz diferença. Precisamos ter cultura interna de testes”, diz.

Ele conta ainda que a inovação aberta pode ser um ganha-ganha para startups e grandes empresas, mas é preciso que haja clareza sobre o processo e os objetivos de cada negócio nessa aliança.

“O Anotaí crescia 15% ao ano e passou a ter crescimento de quase 400% após a aquisição pelo iFood”, afirma. Gurgel ressalta que nem todas as empresas têm um crescimento como esse, mas é esperado que ambas as partes saiam ganhando em processos de inovação aberta.

Inovação fora de Rio e SP

Os empreendedores lembraram ainda que há muita inovação acontecendo fora do eixo Rio-SP e que essa diversidade de culturas é importante para o ecossistema de inovação.

“O empreendedor de SP é apressado, tem FOMO (medo de estar perdendo algo). O cara de Florianópolis pensa na perenidade do negócio. Eu nunca ouvi um empreendedor carioca pensando assim, em estar junto por 25 anos. Ele faz a empresa pensando em exit (saída do negócio)”, diz Gurgel.