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Data: 14/08/2025

Editoria: Casas Bahia, L-Founders
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Casas Bahia (BHIA3) tem prejuízo de R$ 555 milhões no 2º tri com pressão de juros

A varejista divulgou seus dados na noite desta quarta-feira (13)

Reuters

13/08/2025 21h24 • Atualizado 20 horas atrás

 A Casas Bahia (BHIA3) divulgou nesta quarta-feira um prejuízo líquido de R$555 milhões no segundo trimestre, revertendo lucro de R$37 milhões apurado um ano antes, em resultado penalizado por juros elevados e por uma base de comparação “ruim”.

O desempenho negativo veio apesar de evolução operacional no período, no qual o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado cresceu 26,5% no comparativo anual, para R$572 milhões, conforme relatório de resultados.

“Tem um evento importante dos juros, de um CDI médio de 10,5% no ano passado para 14,5% esse ano”, disse o diretor financeiro da Casas Bahia, Elcio Ito, em entrevista à Reuters.

O resultado financeiro da varejista veio negativo em R$1,15 bilhão no segundo trimestre deste ano, um salto ante o resultado negativo de R$42 milhões registrado no mesmo período em 2024.

Ito também chamou atenção para a base de comparação, uma vez que o resultado financeiro da empresa no segundo trimestre do ano passado foi beneficiado por um ganho contábil não recorrente de R$637 milhões oriundo de efeito do reperfilamento da dívida.

“A base é bastante ruim, distoa muito quando você olha o resultado financeiro deste ano contra o ano passado”, afirmou.

Apesar do cenário macroeconômico “difícil”, Ito disse que vê muitas oportunidades para o varejo diante das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos de diversos países, incluindo o Brasil.

“Vou dar um exemplo: se os chineses já tinham apetite, já estavam entrando muito forte no Brasil até antes dessas questões das tarifas, ainda mais agora”, afirmou. “Gera um ambiente competitivo, que é benéfico do nosso lado.”

No segundo trimestre, a Casas Bahia entregou crescimento de 6% na receita líquida, para R$6,87 bilhões, além de uma redução de 2,9% nas despesas gerais e administrativas, que totalizaram R$1,57 bilhão nos meses de abril a junho.

O volume bruto de mercadorias (GMV) do grupo aumentou 7,6% em relação ao segundo trimestre de 2024, com crescimento de 6,1% nas vendas com estoque próprio e de 16,2% no marketplace.

Em lojas físicas, o GMV bruto somou R$6,3 bilhões, alta de 5,8%, mesmo com o fechamento de 30 lojas nos últimos 12 meses, incluindo 22 apenas no segundo trimestre. O crescimento no conceito mesmas lojas foi de 6,7%.

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Neste mês, a Casas Bahia anunciou uma conversão de dívida que deu à gestora Mapa Capital controle sobre a companhia, com uma participação de 85,5% do capital social, movimento que, segundo o CFO, não deve mudar os planos da empresa.

“A Mapa Capital entra para dar continuidade no plano de transformação, então a gente não vislumbra nenhuma mudança relevante na estratégia da companhia”, disse.

“Acho que a gente tem um controlador importante agora, a gente vê o market cap companhia hoje já diferente e menos vulnerável do que nós tínhamos na estrutura acionária de antes.”

Além da conversão de debêntures, a Casas Bahia alongou uma dívida para 2027, o que “trará alívio financeiro já nos próximos períodos”, disse a empresa em comunicado à imprensa.

“Essas iniciativas diminuíram em 40% a dívida líquida e reduziram a relação dívida líquida/Ebitda de 1,8 vez para 1,1 vez”, acrescentou, estimando alívio de R$400 milhões no caixa nos próximos dois anos.