EUA propõem regulamento para drones que pode acelerar entregas de Amazon e Starbucks

Pelas regras atuais, operadores precisam obter isenções ou permissões individuais para usar os equipamentos além da linha de visão, mas o governo americano pretende eliminar esses requisitos

Por Reuters — Washington

05/08/2025 16h27 Atualizado agora

O Departamento de Transporte dos Estados Unidos está propondo novas regras para acelerar a implementação de drones além da linha de visão dos operadores, uma mudança fundamental necessária para avançar em usos comerciais, como entregas de pacotes. “Nós vamos liberar a dominância americana em drones”, disse o secretário de transporte, Sean Duffy, em uma coletiva de imprensa nesta terça-feira (5).

Pelas regras atuais, os operadores precisam obter isenções ou permissões individuais para usar drones sem linha de visão. O departamento disse que eliminar esses requisitos “expandirá significativamente o uso da tecnologia de drones em áreas como manufatura, agricultura, produção de energia, cinema e transporte de produtos, incluindo medicamentos que salvam vidas”. A proposta inclui novos requisitos para fabricantes, operadores e serviços de gerenciamento de tráfego de drones para manter os aparelhos devidamente separados de outros drones e aeronaves.

“Isso vai mudar a forma como pessoas e produtos se movimentam em nosso espaço aéreo. Então você pode mudar a maneira como recebe seu pacote da Amazon, você pode receber um copo de café do Starbucks de um drone”, disse Duffy. “A indústria precisa dessa regra para garantir que possa usar essa tecnologia, que permitirá que façam negócios de forma mais eficiente e eficaz.”

A Amazon retomou os testes de entregas por drones no início deste ano em dois locais no Texas e no Arizona. A meta da Amazon é entregar 500 milhões de pacotes anualmente por drones até o final de 2030.

Pela proposta, as operações ocorreriam a até 400 pés acima do solo a partir de locais pré-designados aprovados pela Administração Federal de Aviação dos EUA. Os operadores identificariam os limites e o número aproximado de voos diários, bem como áreas de decolagem, pouso e carregamento, e garantiriam procedimentos para caso as comunicações com os drones sejam perdidas. Os drones dariam prioridade a todas as aeronaves tripuladas que transmitissem sua posição e não interfeririam nas operações dos aeroportos.

A Administração de Segurança de Transporte exigiria que coordenadores de voo e outros obtivessem avaliações de ameaça à segurança e um histórico criminal baseado em impressões digitais.

Parlamentares e muitos oficiais estaduais levantaram preocupações sobre o uso de drones para atingir eventos de destaque nos EUA, como a Copa do Mundo da Fifa. O diretor-presidente da Associação para Sistemas de Veículos Não Tripulados Internacionais, Michael Robbins, elogiou a proposta baseada em riscos como “um passo crítico para viabilizar operações com drones que irão aumentar a segurança, transformar os serviços comerciais e fortalecer a segurança pública com drones como multiplicadores de força”.

— Foto: Bloomberg