A carteira de fundos imobiliários recomendada para agosto, feita com base nas sugestões de dez casas locais, passou por mudanças significativas em relação à de julho. A principal alteração foi a redução da exposição aos FIIs de papel – que aplicam majoritariamente em títulos de dívida – e o aumento da participação dos FIIs de tijolo, que investem diretamente em imóveis físicos.
Essa movimentação reflete a expectativa de queda dos juros a partir do ano que vem, cenário que tende a favorecer os FIIs de tijolo. Taxas mais baixas estimulam o crédito e a atividade econômica, o que beneficia setores como varejo, logística e escritórios. Isso pode reduzir a vacância, impulsionar os aluguéis e, por consequência, elevar os rendimentos pagos aos cotistas.
Na comparação mensal, saíram da carteira os fundos RBRR11 (papel), KNHF11 (híbrido), MCCI11 (papel) e TRXF11 (tijolo). Em seus lugares, entraram XPML11, GARE11 e PVBI11 – todos FIIs de tijolo. Com isso, a carteira atual conta com apenas um fundo de papel: o KNCR11. Lembrando que para fazer o compilado final de fundos, o InfoMoney leva em consideração apenas os FIIs que apareceram em pelo menos 4 carteiras diferentes.
Apesar do movimento pró-tijolo e da perspectiva positiva para o médio e longo prazo, a recomendação para o curto prazo ainda é de cautela por causa dos “impactos dos juros elevados nas operações imobiliárias, nos resultados financeiros das empresas e diante das incertezas internas e externas”, disse o pessoal da BB Investimentos.
O Ifix – indicador que representa uma carteira teórica com os fundos imobiliários (FIIs) mais negociados do mercado – interrompeu a alta de cinco meses seguidos e caiu 1,3% em julho, aos 3.436 pontos, pressionado pelas incertezas em relação as tarifas de 50% impostas pelo presidente Donald Trump aos produtos brasileiros e a manutenção dos juros na caixa dos 15% ao ano no país.
Confira abaixo a lista dos 6 FIIs recomendados para agosto.
| Ticker | Recomendações | Perfomance (30 dias) |
| BTLG11 | 7 | -1,15% |
| KNCR11 | 6 | -2,09% |
| BRCO11 | 5 | -0,87% |
| XPML11 | 5 | -3,08% |
| GARE11 | 4 | -0,44% |
| PVBI11 | 4 | -2,56% |
Leia também: Ações mais recomendadas para agosto: Itaú segue líder e Vivo volta à lista
BTLG11
O time da área de análise da Monte Bravo escreveu em relatório que a exposição ao BTLG11 se deve ao seguintes fatores: quantidade relevante de imóveis no estado de São Paulo, sendo que boa parte da concentração está no raio de 60 km da capital; capacidade de ampliação e reformas dos galpões; reciclagem do portfólio; presença de imóveis de alto padrão; e ótima liquidez no mercado secundário.
KNCR11
Os analistas do Itaú BBA escreveram que a casa optou pelo KNCR11 por causa do tamanho do FII, sua liquidez e equipe de gestão da Kinea, na qual confia bastante. “Considerando a diversificação da carteira, a relação de risco e retorno do fundo e o atual patamar da taxa básica de juros, avaliamos que o KNCR11 é uma opção de investimento interessante, que visa previsibilidade na distribuição de rendimentos e proteção contra momentos mais voláteis”.
BRCO11
O time de equity research do BTG disse que a sugestão de compra para o BRCO11 é baseada nos seguintes pilares: “Grande exposição ao estado de São Paulo, especialmente em regiões próximas à capital; exposição a contratos atípicos, que trazem previsibilidade à parte das receitas do fundo; imóveis de altíssimo padrão; possibilidade de geração de valor no longo prazo através de reformas e expansões em seus ativos; e boa liquidez no mercado secundário”.
XPML11
Ter portfólio com empreendimentos voltados para o público média e alta renda, como Catarina Fashion Outlet, Cidade Jardim e Shopping Pátio Higienópolis e apresentar resultado operacional positivo no ano, com vendas sobre as mesmas lojas crescendo cerca de 10% e aluguéis sobre as mesmas lojas crescendo +4%. Para o pessoal da Ágora Investimentos, esses são os motivos para colocar o XPML11 no portfólio.
GARE11
O GARE11 recentemente adquiriu 15 lojas do Atacadão (Carrefour) e vendeu um galpão da BRF em Pernambuco, com lucro de R$ 71 milhões. Além disso, anunciou sua 7ª emissão de cotas, no valor de R$ 400 milhões, para aquisição de 10 ativos de renda urbana. “Em nossa visão, esse movimento é oportuno, pois combina previsibilidade de receitas com a continuidade da estratégia de reciclagem de ativos: adquirir, maturar e vender”, disse o BB Investimentos.
PVBI11
Segundo a XP Investimentos, embora o PVBI11 enfrente desafios de curto prazo por causa da vacância elevada, a casa acredita que seu preço atual de negociação (R$ 23.055/m²) “reflete um pessimismo exagerado em relação à qualidade do portfólio, apresentando um desconto de 31% em relação ao patrimonial e de 56,7% em relação à nossa estimativa”. Além disso, escreveu a equipe da XP, “o fundo não possui alavancagem e oferece um dividend yield anualizado interessante de 8,1% no preço atual”.