Esta é a segunda sanção que a Shein recebe de uma autoridade concorrencial europeia em pouco mais de um mês
Por Alvise Armellini, Em Reuters — Roma
04/08/2025 08h30 Atualizado há 4 horas
A autoridade de concorrência da Itália impôs nesta segunda-feira (4) uma multa de 1 milhão de euros à varejista on-line de fast fashion de origem chinesa Shein por induzir os clientes a erro sobre o impacto ambiental de seus produtos.
Esta é a segunda sanção que a Shein recebe de uma autoridade concorrencial europeia em pouco mais de um mês, depois que a França multou a empresa em 40 milhões de euros em 3 de julho por descontos falsos e alegações ambientais enganosas.
A multa italiana foi imposta à Infinite Styles Services Co., uma empresa com sede em Dublin que opera o site da Shein na Europa, após uma investigação da Autorita’ Garante della Concorrenza e del Mercato (AGCM) iniciada em setembro passado.
Em um comunicado, a Shein disse que cooperou totalmente com a AGCM e tomou medidas imediatas para abordar as preocupações levantadas.
A AGCM afirmou que as mensagens de sustentabilidade ambiental e responsabilidade social no site da Shein “eram por vezes vagas, genéricas e/ou excessivamente enfáticas, e em outros casos omissas e enganosas”.
As alegações da Shein sobre design de sistema circular e reciclabilidade de produtos “foram consideradas falsas ou, no mínimo, confusas”, e as credenciais verdes de sua coleção “evoluSHEIN by design” foram exageradas, disse o órgão regulador.
A Shein promove a coleção “evoluSHEIN by design” como roupas feitas com fabricação mais sustentável e responsável.
A AGCM disse que os consumidores poderiam ser levados a pensar que a coleção era feita com materiais totalmente recicláveis, “um fato que, considerando as fibras usadas e os sistemas de reciclagem atualmente existentes, é falso”.
“Fortalecemos nossos processos de revisão interna e aprimoramos nosso site para garantir que todas as alegações ambientais sejam claras, verificáveis e em conformidade com os regulamentos”, disse a Shein, no comunicado.
A AGCM também questionou os compromissos “vagos e genéricos” da Shein de cortar as emissões de gases de efeito estufa em 25% até 2030 e para emissões líquidas zero até 2050, observando que as emissões da Shein aumentaram em 2023 e 2024.
A reguladora italiana disse que sua avaliação geral foi influenciada por um “dever de cuidado aumentado” que recai sobre a Shein, “porque ela opera em um setor altamente poluente e com métodos altamente poluentes”.
— Foto: Bloomberg