Veículo: Estadão
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Data: 30/07/2025

Editoria: Shopping Pátio Higienópolis
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Empresas devem investir R$ 774 bi em transformação digital até 2028

O Brasil deve receber R$ 774 bilhões em investimentos em tecnologias de transformação digital até 2028, segundo relatório da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom) obtido em primeira mão pela Coluna.

Os aportes das empresas serão concentrados em computação em nuvem (R$ 331,9 bilhões), inteligência artificial (R$ 145,9 bilhões), e big data e análise de dados (R$ 110,5 bilhões). “Desde 2021 vemos as empresas migrando para nuvem. É uma tendência já consolidada e que puxa os investimentos também em infraestrutura”, afirma Affonso Nina, presidente da Brasscom.

O relatório mostra também que o macrossetor de tecnologia da informação e comunicação (TIC) registrou uma produção de R$ 762,4 bilhões em 2024. O valor representa 6,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Em relação a 2023, houve crescimento de 9%.

Brasil está entre os 10 maiores mercados

Estão englobados no macrossetor de TIC as empresas de software, serviços, nuvem, consultoria de negócios, estatais, hardware, telecomunicações e o chamado TI in house, que é a área de tecnologia digital em empresas de outros segmentos. No levantamento, o Brasil ocupa a 9ª posição entre os maiores produtores de TIC e Telecom do mundo. Na América Latina, o País responde por 31,7% do mercado.

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A área emprega atualmente 2,1 milhões de profissionais, representando 3,8% dos empregos formais no país. Houve um crescimento de 2,5% em relação a 2023, com a criação de 52 mil postos de trabalho.

Nina chama a atenção, porém, para a balança de pagamentos em serviços. “O déficit tem aumentado a cada ano, estamos importando mais e mais esses serviços em vez de fazê-los em território nacional.” Este movimento justifica o esforço para aumentar a capacidade de oferta no País, inclusive com a implantação de programas de incentivo. O principal e mais esperado é a Política Nacional de Data Centers (Redata).

Política cria oportunidades em data centers

O projeto, já anunciado pelo governo federal, espera por promulgação. O presidente da Brasscom aponta que a expectativa do setor é que o plano de isenção antecipe benefícios que já foram estabelecidos pela Reforma Tributária, mas que entrarão em vigor só em 2027.

“No contexto de corrida para atrair investimentos em data centers voltados a IA, ter as isenções o quanto antes é muito importante.” Com o Redata, os investimentos na cadeia devem crescer de US$ 10 bilhões a US$ 20 bilhões no curto prazo. Até 2030, a estimativa chega a R$ 200 bilhões, segundo Nina.

Dados de mercado apontam que mais da metade do serviço de computação em nuvem usado no Brasil roda no exterior, principalmente nos Estados Unidos. Nina afirma que trazer este volume para o mercado interno já é uma grande oportunidade de crescimento.