Veículo: Valor Econômico
Clique aqui para ler a notícia na fonte
Região:
Estado:
Alcance:

Data: 24/07/2025

Editoria: Shopping Pátio Higienópolis
Assuntos:

Resultados de LVMH, dona da Louis Vuitton, e Kering devem aprofundar crise do mercado de luxo

Espera-se que a LVMH e a Kering apresentem mais uma queda nas vendas trimestrais, aprofundando as preocupações dos investidores com uma desaceleração prolongada no mercado de luxo de 400 bilhões de euros, enquanto as marcas enfrentam a ameaça de pesadas tarifas de importação dos Estados Unidos. Os resultados de 2º trimestre, começando com a LVMH, nesta quinta-feira (24), provavelmente mostrarão que qualquer recuperação da demanda por moda de luxo nos mercados-chave dos EUA e da China permanece distante.

A incerteza desencadeada pela guerra comercial do presidente dos EUA, Donald Trump, tem causado volatilidade nos mercados de ações, pressionando a confiança do consumidor.

A ameaça de Trump de impor tarifas de 30% sobre produtos importados da União Europeia arrisca prejudicar as “casas de luxo” que fabricam seus produtos na França e na Itália. Elas estão receosas em aumentar os preços para os consumidores norte-americanos após sinais de que rodadas anteriores de aumentos já desaceleraram a demanda.

“O nível de aumentos de preços foi excessivo”, disse Caroline Reyl, da Pictet Asset Management, afirmando que isso afastou os compradores de classe média “aspiracionais”.

A divisão de moda e artigos de couro da LVMH, lar da Louis Vuitton e Dior, deve apresentar uma queda de 6% nas vendas em relação ao ano anterior, sua quarta queda trimestral consecutiva, segundo o consenso da Visible Alpha.

A Gucci, principal fonte de receita da Kering, que está passando por uma reformulação, deve registrar uma queda nas vendas de quase 25%.

Mal-estar está crescendo

Após dois anos de desaceleração, o mal-estar sobre a saúde do setor está crescendo. As ações da LVMH caíram quase 27% desde o início do ano, enquanto as da Kering caíram 15%. Em contraste, as ações da Hermès e da Richemont, que atendem a clientes mais ricos, tiveram pouca alteração.

A LVMH, que era a empresa mais valiosa da Europa em janeiro, caiu para o quinto lugar. “Parece que os investidores estão começando a se preocupar com a atratividade estrutural de longo prazo do setor”, disseram analistas do UBS na semana passada.

Queda nas vendas de bolsas

As vendas de bolsas, anteriormente um motor de crescimento, têm sido fracas, com os compradores optando por joias atemporais e com grau de investimento. Em resposta, marcas como Louis Vuitton e Prada estão oferecendo mais produtos abaixo de 1.000 euros e enfatizando produtos de beleza, mas analistas do HSBC alertam que essa estratégia “não ajuda no momento” e cria “inconsistências que fazem os consumidores se questionarem”.

As previsões de consenso apontam para uma queda de 3% nas vendas orgânicas da LVMH e de 13% para a Kering. Por outro lado, espera-se que Hermès e Prada apresentem uma alta de 10%, com a marca Miu Miu, da Prada, ganhando participação de mercado de suas rivais.