
Mercado Livre Headquarters
O Mercado Livre, maior plataforma de e-commerce da América Latina, tem no Brasil seu principal mercado, respondendo por cerca de 50% da receita total. Para sustentar a liderança diante da crescente concorrência asiática, a empresa aposta em categorias com maior valor agregado, como moda, beleza, saúde e supermercado.
A estratégia é clara: aumentar a frequência de compras e, ao mesmo tempo, elevar o ticket médio. Segundo o Itaú BBA, o tíquete médio no Mercado Livre é de US$ 21, três vezes maior que o da Shopee, sua principal concorrente no país. Isso se deve ao perfil dos consumidores, que já compram produtos de maior valor, como eletrônicos e smartphones premium, e agora são estimulados a migrar para outras categorias.
Um exemplo dessa aposta é a recente entrada da joalheria Pandora na plataforma, somando-se a marcas como Lacoste, Ray-Ban e Calvin Klein. “Nosso consumidor já consome produtos premium; queremos expandir essa jornada para outros segmentos”, afirmou Anna Araripe, diretora de marketplace do Meli.
A categoria de moda e beleza, em especial, tem ganhado destaque: foi a que mais cresceu em volume de itens vendidos no primeiro trimestre de 2025, com alta de 31% e mais de 10 milhões de produtos comercializados. Essa vertical é estratégica não só pelo volume, mas também pela recorrência e potencial de compras por impulso.
Enquanto isso, concorrentes como Shopee e TikTok Shop tentam se reposicionar com marcas conhecidas para também subir o ticket médio. A Shopee, por exemplo, passou a oferecer produtos da Havaianas, L’Oréal e Hering. Já o TikTok Shop, lançado em maio, trouxe marcas como Natura e Arezzo, mirando no mesmo público-alvo.
Apesar do avanço dos rivais, o Mercado Livre segue com vantagem logística e integração com serviços financeiros via Mercado Pago, o que reforça sua posição no mercado premium. Em 2025, a empresa anunciou seu maior investimento anual no Brasil: R$ 34 milhões.