Veículo: G1
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Data: 11/07/2025

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Paul Krugman critica Trump por tarifa de 50% aplicada ao Brasil: ‘Maligna e megalomaníaca’

O economista americano Paul Krugman criticou as tarifas de 50% impostas por Donald Trump sobre exportações brasileiras. Em texto publicado na noite desta quarta-feira (9), intitulado “Programa de Proteção a Ditadores de Trump”, o vencedor do Nobel de Economia classificou a ação do presidente republicano como “maligna e megalomaníaca”.

“Por que digo que é megalomaníaco? O Brasil tem mais de 200 milhões de habitantes. Veja para onde vão suas exportações: as exportações para os EUA representam menos de 2% do PIB brasileiro. Trump realmente imagina que pode usar tarifas para intimidar uma nação enorme — que nem sequer depende muito do mercado americano — a abandonar a democracia?”

No texto, Krugman também defendeu que a ação seria “motivo suficiente” para o impeachment de Trump. “Estamos vendo mais um passo terrível na espiral de decadência do nosso país.”

O economista afirmou, ainda, que o presidente dos Estados Unidos usa o tarifaço no Brasil para “fins políticos”.

“Repare que Trump mal finge ter uma justificativa econômica para essa ação. Tudo isso tem a ver com punir o Brasil por colocar Jair Bolsonaro em julgamento”, diz. “Não seria a primeira vez que os Estados Unidos usam a política tarifária para fins políticos”.

“Agora, Trump está tentando usar tarifas para ajudar outro aspirante a ditador”, disse Krugman.

Paul Krugman é um economista norte-americano. Ele venceu o Prêmio Nobel de Economia em 2008 por suas contribuições para os estudos da economia internacional. Atualmente, ele é professor da City University de Nova York.

 

Paul Krugman critica decisão de Trump de taxar o Brasil.  — Foto: Adam Schultz/Official White House Photo
Paul Krugman critica decisão de Trump de taxar o Brasil. — Foto: Adam Schultz/Official White House Photo

 

Tarifa de 50%

A nova taxa deve entrar em vigor em 1º de agosto. No documento que usou para anunciar a medida, o republicano afirmou, sem provas, que a decisão de aumentar a taxa foi tomada “em parte devido aos ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos”.

Apesar da alegação de Trump, o relacionamento comercial do Brasil com os Estados Unidos é marcado por predominância da economia norte-americana, segundo números da série histórica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

A compilação de dados, que tem início em 1997, mostra um saldo superavitário (mais exportações do que importações) de US$ 48,21 bilhões em favor dos EUA. Foram considerados 28 anos de comércio exterior.