O evento deste ano vai durar quatro dias, contra dois nos anos anteriores, e os consumidores podem estar adiando as compras na esperança de que os descontos aumentem à medida que a promoção avança
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As vendas do Prime Day da Amazon caíram quase 14% nas primeiras quatro horas do evento deste ano nos Estados Unidos em comparação com o início da promoção em 2024, segundo a Momentum Commerce, que gerencia 50 marcas em diversas categorias de produtos.
O Prime Day deste ano dura quatro dias, de hoje até sexta-feira, ao contrário no ano passado que foram dois dias, o que torna as comparações ano a ano mais complicadas. Além disso, os consumidores podem estar adiando as compras na esperança de que os descontos aumentem à medida que a promoção avança. Ainda assim, as primeiras horas são vistas como um indicativo importante do desempenho do evento.
A Momentum, que administra vendas na Amazon em nome de marcas como Crocs, Beats e os massageadores Therabody, movimenta cerca de US$ 7 bilhões em vendas anuais na plataforma, o que lhe proporciona uma amostra significativa para avaliar o Prime Day.
Em 2024, as vendas do Prime Day dispararam na manhã e na noite do primeiro dia e voltaram a crescer na noite do segundo dia. O evento de quatro dias deste ano deve distribuir as vendas por um período mais longo. No Brasil, o Prime Day da Amazon acontece este ano nos dias 15 e 16 deste mês.
Na Bolsa de Nova York, as ações da Amazon caíram 1,8% às 10h59 (hora local).
A Amazon lançou o Prime Day em 2015 para comemorar seus 20 anos e atrair novos assinantes, que pagam US$ 139 por ano por descontos em fretes, streaming de vídeo e outros benefícios. O evento ajuda a empresa a fidelizar consumidores antes das festas de fim de ano e a aprofundar seu relacionamento com clientes já existentes, oferecendo ofertas exclusivas em eletrônicos e outros produtos.
Cerca de 196 milhões de pessoas nos EUA tinham assinaturas Prime em março, um aumento de 9% em relação ao ano anterior, segundo a empresa de pesquisa de mercado Consumer Intelligence Research Partners.
Antes do início da promoção deste ano, alguns vendedores planejavam ficar de fora do evento devido às tarifas impostas pelo presidente Donald Trump, que aumentaram os preços de muitos produtos importados da China e de outros países.
Comerciantes e analistas estão acompanhando de perto a promoção em busca de sinais sobre a força da economia dos EUA, bem como sobre o sentimento do consumidor.
A Amazon não respondeu de imediato a um pedido de comentário sobre as conclusões da Momentum Commerce. Em uma declaração anterior, um porta-voz da empresa afirmou:
“Estamos trabalhando com nossa ampla e variada gama de valiosos parceiros de vendas em nossa loja para apoiá-los na adaptação ao ambiente em transformação, ao mesmo tempo em que mantemos preços baixos e ampla variedade para os clientes.”
A Adobe estimou que as vendas on-line em todos os varejistas somarão US$ 23,8 bilhões ao longo dos quatro dias do evento. Já a EMarketer estimou US$ 17,2 bilhões em gastos on-line nos EUA durante esse período, sendo que a Amazon deverá capturar 75% desse total.
A Apple se destacou com alguns dos maiores descontos em eletrônicos, incluindo US$ 89 (cerca de R$ 485) pelos fones de ouvido sem fio AirPods 4 — menos do que custavam na última Black Friday —, disse Kristin McGrath, editora sênior do site de promoções The Krazy Coupon Lady.
Os produtos da própria Amazon, como os alto-falantes inteligentes Echo, não estavam com grandes descontos, segundo ela.
Itens essenciais do dia a dia, como pacotes de lanche para merendeiras, são onde a concorrência é mais acirrada entre varejistas como Amazon, Walmart e Target, afirmou McGrath, destacando o apetite dos consumidores por descontos em produtos de mercearia em vez de eletrônicos.
— As lojas estão oferecendo ofertas em itens essenciais em vez de tecnologia — disse ela.