Veículo: E-Commerce Brasil
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Data: 01/07/2025

Editoria: L-Founders, Shopee/Shein
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Shein na mira: marcas americanas denunciam práticas desleais da gigante chinesa

Shein, conhecida pelas estratégias agressivas no mercado global de moda rápida, enfrenta mais um processo nos Estados Unidos. Desta vez, a Bastiat USA Inc., responsável pela propriedade intelectual da marca Brandy Melville no país, acusa a varejista chinesa de violação de direitos autorais, cópia de designs e concorrência desleal. A ação foi registrada em 23 de junho, na Califórnia, e pede indenização por danos, além da proibição de futuras infrações.

Sacolas da Shein
(Imagem: reprodução)

A empresa de origem chinesa, sediada atualmente em Singapura, já foi alvo de outras marcas como H&M, Ralph Lauren e Dr. Martens, em um histórico crescente de disputas legais ligadas à propriedade intelectual.

Brandy Melville acusa cópias de produtos e imagens

De acordo com a ação, a Shein teria reproduzido não apenas o design de peças da Brandy Melville, mas também fotografias originais, sem qualquer autorização. A alegação é que a varejista e vendedores afiliados ao Shein Marketplace lucram ao explorar a identidade visual da marca, confundindo intencionalmente consumidores e desviando a clientela, principalmente das gerações Y e Z.

Peças da Brandy Melville (Imagem: divulgação/Site Brandy Melville)

“A Shein não copiou apenas um design. Ela copiou vários designs de produtos da Brandy Melville e, em seguida, exibiu produtos e fotografias autênticos da Brandy Melville no site da Shein”, afirma o processo.

Segundo o portal The Fashion Law, essa prática estaria direcionando consumidores ao marketplace da Shein sob a falsa impressão de que estão comprando produtos da marca italiana, mas com preços mais baixos.

Marketplace e o mercado cinza

O processo também aponta que o marketplace da Shein opera com produtos do chamado “mercado cinza”, ou seja, itens originais vendidos por canais não autorizados. Mesmo sem se manifestar até o momento, a empresa é acusada de lucrar com essa operação ao cobrar uma comissão de 10% sobre cada venda.

Para a Brandy Melville, essa estrutura incentiva a comercialização de itens que infringem seus direitos autorais. A ação judicial ainda inclui alegações de concorrência desleal e falsa designação de origem.

Coach também move processo contra a varejista

Em março deste ano, a Tapestry, companhia responsável pela marca Coach, apresentou uma denúncia semelhante, também em um tribunal da Califórnia. A ação afirma que o marketplace da Shein infringiu marcas registradas da grife, com a venda de produtos que imitariam os originais da Coach.

Bolsa Coach (Imagem: divulgação/Site Coach)

A companhia destaca que a confusão se dá inclusive na publicidade e na apresentação dos itens, com o uso de elementos visuais como o “C” característico da marca. O caso já conta com pedido formal de julgamento por júri.

As ações reforçam o cerco jurídico em torno da Shein, que segue ampliando sua presença no mercado global ao mesmo tempo em que acumula processos por supostas infrações de propriedade intelectual e práticas comerciais controversas.