Veículo: Valor Econômico - Pipeline
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Data: 28/05/2025

Editoria: Shopping Pátio Higienópolis
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O setor que será mais pressionado pelo IOF, segundo o BTG

O recente aumento nas alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) anunciado pelo governo brasileiro deve elevar significativamente o custo do crédito e potencialmente desacelerar a economia, segundo relatório do BTG Pactual divulgado nesta terça-feira.

A medida ampliou a tributação sobre operações que antes eram isentas, como algumas transações de crédito e câmbio, e aumentou a alíquota máxima sobre crédito corporativo de 1,88% ao ano para 3,95%. O movimento ocorre em um contexto de política monetária já restritiva e pode inibir a atividade econômica, diz o banco.

Os setores mais afetados, segundo a análise, são o varejo e pequenas e médias empresas, que dependem fortemente de linhas bancárias e antecipação de recebíveis, conhecidas como “risco sacado”.

No caso dessas operações, o custo pode aumentar mais de cinco pontos percentuais, pressionando especialmente empresas que já pagam taxas elevadas, com a Selic atualmente em 14,75% ao ano, segundo o BTG.

Para o varejo, o impacto é potencializado pela reclassificação das operações de “forfait” – ou factoring reverso – como crédito tributável, o que antes era isento. Empresas como Magazine Luiza, Casas Bahia, Assaí, GPA, Grupo Mateus, Lojas Renner e C&A possuem exposições relevantes a essas estruturas.

Embora o custo do factoring, na maioria dos casos, seja arcado pelos fornecedores, o BTG alerta que o encarecimento dessas operações pode reduzir sua atratividade, afetando as cadeias de suprimento. Alternativas como o uso de FIDCs, que seguem isentos de IOF, devem ganhar força como forma de mitigação.