Veículo: Estadão
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Data: 11/04/2025

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China retalia os EUA, eleva tarifas para 125%, mas diz que disputa se tornará ‘piada’ histórica

China anunciou nesta sexta-feira que aumentará as tarifas sobre os produtos norte-americanos de 84% para 125% a partir deste sábado, 12. Washington e Pequim vêm subindo o tom de sua guerra comercial ao aumentarem as tarifas entre si, mesmo depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, suspendeu temporariamente as cobranças retaliatórias sobre outros países.

A China havia dito que combateria as tarifas dos EUA com suas próprias contramedidas e chamou as ações de Trump de “assédio econômico”, levando o líder republicano a retaliar aumentando substancialmente as tarifas nesta semana.

As tarifas totais de Trump sobre Pequim são de 145%. Ontem, ele disse que, quando ele anunciou na quarta-feira, 9, que o gigante asiático enfrentaria tarifas de 125%, não havia incluído as tarifas de 20% anunciadas em fevereiro e março.

Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump (E) e da China, Xi Jinping
Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump (E) e da China, Xi Jinping Foto: Saul Loeb/AFP

A China sinalizou também que não fará novos aumentos, mesmo que os EUA voltem a subir as tarifas. “Dado que, com este nível de tarifas, os produtos dos EUA exportados para a China não têm mais chance de serem aceitos no mercado”, se Washington continuar a aumentar suas tarifas, “a China vai ignorar isso”, disse a Comissão Tarifária do governo em um comunicado divulgado pelo Ministério das Finanças.

As medidas de Trump levaram economistas e empresários a alertar sobre uma possível recessão, e alguns dos principais parceiros comerciais de Washington a retaliar com seus próprios impostos de importação, antes da pausa na aplicação. No entanto, Trump e a China continuaram a aumentar as tarifas em um processo mútuo.

“O aumento anormalmente alto das tarifas dos Estados Unidos sobre a China tornou-se um jogo de números, que não tem nenhum significado econômico prático, e se tornará uma piada na história da economia mundial”, disse um porta-voz do Ministério das Finanças chinês ao anunciar as novas tarifas. “Entretanto, se os Estados Unidos insistirem em continuar a infringir substancialmente os interesses da China, a China revidará com determinação e lutará até o fim”.

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O Ministério do Comércio da China disse que apresentaria outra queixa à Organização Mundial do Comércio contra as tarifas de Washington.

Na semana passada, Pequim suspendeu as importações de sorgo, aves e farinha de ossos de algumas empresas norte-americanas e aumentou os controles de exportação de minerais de terras raras essenciais para várias tecnologias, além de colocar algumas dezenas de empresas norte-americanas em listas que impediriam as empresas chinesas de vender-lhes produtos de uso duplo.

Considerando o tamanho das duas economias, as maiores do mundo, os especialistas temem um caos econômico global.

O diretor-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, disse no início desta semana que uma guerra comercial entre Washington e Pequim poderia “prejudicar gravemente as perspectivas econômicas globais”.