Gigante do e-commerce fará o maior investimento da história da companhia no Brasil — e CEO explica por que não se assusta com Trump ou concorrência asiática

O Mercado Livre (MELI34) anunciou, nesta segunda-feira (7), que destinará R$ 34 bilhões ao Brasil em 2025 — um aumento de 47,8% em relação ao volume investido em 2024. Considerando o câmbio, o avanço representa 32%.
Esse será o maior investimento já realizado pela companhia no país. Os recursos serão aplicados em áreas estratégicas como logística, tecnologia voltada ao comércio eletrônico, serviços financeiros, programas de fidelidade, marketing, iniciativas de entretenimento e expansão do time de colaboradores.
O valor engloba tanto os investimentos em bens de capital quanto parte das despesas operacionais relacionadas ao desenvolvimento das frentes prioritárias do negócio.
A empresa também prevê a geração de 14 mil empregos em suas operações no Brasil até o fim deste ano. Caso a meta se confirme, a companhia ultrapassará a marca de 50 mil funcionários no país.
Esse será o oitavo ano consecutivo em que o Mercado Livre aumenta os aportes no mercado brasileiro.
Mercado Livre não teme varejistas asiáticas nem tarifas de Trump
Enquanto todo mundo se descabela por causa da guerra comercial imposta por Donald Trump, o CEO do Mercado Livre, Fernando Yunes, parece estar tranquilo… mas não desavisado.
A possibilidade de as varejistas chinesas virem com ainda mais afinco para cima do mercado brasileiro, dadas as restrições nos EUA, está no radar do executivo — o que não significa que ele também esteja em desespero. Muito pelo contrário.
Para ele, a elevação das tarifas aplicadas pelos Estados Unidos sobre produtos chineses tende a ter impacto limitado por aqui.
Apesar da presença crescente de marcas asiáticas no país e da forte competitividade do setor de comércio eletrônico — considerado um dos mais disputados do mundo — as recentes alterações no Programa Remessa Conforme são vistas como fator de equilíbrio.
Segundo o CEO do Mercado Livre, a tributação atual sobre as encomendas internacionais está cada vez mais próxima da que incide sobre o varejo local, embora ainda haja certa defasagem.
“Na época em que não havia tributação, a concorrência era, de fato, desleal. Hoje, o cenário está mais equilibrado. Continuaremos a trabalhar com nossos parceiros e vendedores aqui no Brasil”, afirmou durante evento da empresa no seu centro logístico de Cajamar