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Data: 09/04/2025

Editoria: Shopping Pátio Higienópolis
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Dólar salta 1,5% e encosta nos R$ 6 com guerra comercial deflagrada EUA-China

O dólar voltou a superar os R$6,00 durante a sessão desta terça-feira, para depois encerrar pouco abaixo disso, em mais um dia de pressão vinda do exterior após os Estados Unidos anunciarem a cobrança de tarifa de 104% sobre os produtos chineses a partir de quarta-feira.

A política comercial dos EUA segue no foco dos mercados desde que Trump anunciou na semana passada a imposição de tarifa mínima de 10% sobre todas as importações ao país, que entrou em vigor no sábado, e taxas “recíprocas” mais altas para alguns parceiros, que serão implementadas na quarta.

Por três sessões consecutivas, os investidores demonstraram enorme aversão ao risco, em meio ao temor de que as medidas comerciais possam desencadear uma guerra comercial ampla, o que poderia provocar a aceleração da inflação global e uma recessão econômica em diversos países.

Mas nesta terça-feira os agentes financeiros demonstravam um certo alívio, já que notícias recentes mostraram que alguns países estão preparados para negociar as tarifas com os EUA, evitando novas escaladas nas tensões comerciais.

O destaque era o Japão, após Trump ter dito na segunda-feira que está enviando uma equipe para discutir as relações comerciais. O país asiático anunciou nesta terça que seu ministro da Economia, Ryosei Akazawa, liderará as negociações pelo lado japonês.

Por outro lado, a aversão ao risco voltou ao radar após os Estados Unidos anunciarem que vão impor uma tarifa de 104% sobre a China nesta quarta-feira, depois que Pequim não suspendeu suas tarifas retaliatórias sobre os produtos norte-americanos até o prazo desta terça-feira estabelecido pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

Qual é a cotação do dólar hoje?
A moeda norte-americana à vista fechou em alta de 1,49%, aos R$5,9985, maior valor de fechamento desde 21 de janeiro deste ano, quando encerrou a R$6,0313. Apenas no acumulado das três últimas sessões, o dólar avançou 37 centavos de real, em meio à guerra comercial deflagrada pelos EUA.

Em abril a divisa já acumula elevação de 5,11%.

Às 17h06 na B3 o dólar para maio — atualmente o mais líquido no Brasil — subia 1,36%, aos R$6,0210.

Índices futuros dos EUA sobem 1% após dia de intensa volatilidade
Dólar comercial

Compra: R$ 5,998
Venda: R$ 5,998
Dólar turismo

Compra: R$ 6,006
Venda: R$ 6,186
O que aconteceu com dólar hoje?
O dólar chegou a oscilar em baixa no início do dia, ensaiando alguns ajustes após os avanços recentes, mas saltou para o território positivo ante o real ainda no fim da manhã, com o acirramento da guerra comercial.

Como a China se recusou a ceder aos EUA, mantendo taxa de retaliação de 34% sobre os produtos norte-americanos, a Casa Branca anunciou uma taxa de 104% aos produtos chineses a partir de quarta-feira.

“O Brasil tem muitos negócios com China. Quando acontece algum problema por lá, isso se reflete aqui”, comentou durante a tarde o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik.

Após ter marcado a cotação mínima de R$5,8607 (-0,85%) às 9h09, pouco depois da abertura, o dólar à vista atingiu a máxima de R$6,0060 (+1,61%) às 16h47, pouco antes do fechamento. Da mínima para a máxima o dólar à vista oscilou 15 centavos de real, ou 2,48%.

“O (índice) VIX tem evidenciado esta volatilidade dos ativos e principalmente a insegurança. Ele chegou a passar de 60 pontos (na segunda-feira), o que mostra o quanto o mercado está temeroso”, citou Gabriel Redivo, sócio e diretor de gestão da Aware Investments. O VIX é considerado uma espécie de “indicador de medo” para Wall Street.

“Quando há movimentos de volatilidade mais elevados, isso significa que o mercado está mais às escuras”, acrescentou.

Com o dólar próximo dos R$6,00, houve certa resistência técnica para a cotação, que encerrou o dia pouco abaixo deste nível.

No exterior, o dólar seguia em alta ante boa parte das demais divisas de exportadores de commodities, mas caía ante as moedas fortes. Às 17h24 o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — cedia 0,36%, a 103,060.

Pela manhã, o Banco Central vendeu toda a oferta de 20.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de maio de 2025.