Veículo: Valor Econômico
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Data: 09/04/2025

Editoria: Amazon, L-Founders
Assuntos:

Amazon cancela pedidos da China após tarifas impostas por Trump

Empresa teria identificado disputas comerciais internacionais como um fator de risco, em relatório de fevereiro; não está claro ainda quão generalizados são os cancelamentos

Por Spencer Soper, Em Bloomberg
09/04/2025 12h04 Atualizado há uma hora

Ex-gerente de fornecedores da Amazon disse que a empresa cancelou pedidos da China e de outros países asiáticosEx-gerente de fornecedores da Amazon disse que a empresa cancelou pedidos da China e de outros países asiáticos — Foto: Foto: ANIRUDH na Unsplash

A Amazon.com Inc. cancelou pedidos de vários produtos fabricados na China e em outros países asiáticos, de acordo com um documento analisado pela Bloomberg e pessoas familiarizadas com o assunto, sugerindo que a empresa está reduzindo sua exposição às tarifas impostas pelo presidente Donald Trump.

Pedidos de cadeiras de praia, patinetes, ar-condicionado e outros produtos de diversos fornecedores da Amazon foram suspensos após o anúncio de Trump, em 2 de abril, de que planejava impor tarifas a mais de 180 países e territórios, incluindo China, Vietnã e Tailândia, disseram as pessoas. O momento dos cancelamentos, sem aviso prévio, levou os fornecedores a suspeitar que se tratava de uma resposta às tarifas.

Um porta-voz da Amazon não quis comentar. A empresa identificou disputas comerciais internacionais como um fator de risco em seu relatório anual divulgado em fevereiro. “Fornecedores baseados na China fornecem partes significativas de nossos componentes e produtos acabados”, afirmou a empresa.

Não está claro quão generalizados são os cancelamentos e quantos tipos de mercadorias eles afetam.

Um vendedor de cadeiras de praia fabricadas na China para a Amazon há mais de uma década recebeu um e-mail da empresa, na semana passada, informando que estava cancelando alguns pedidos de compra feitos “por engano” e instruindo o vendedor a não enviá-los. O e-mail, que foi analisado pela Bloomberg, não mencionava tarifas.

O vendedor disse que o pedido de US$ 500.000 no atacado foi cancelado depois que as cadeiras já haviam sido fabricadas, deixando essa pessoa na mão para pagar a fábrica e encontrar outros compradores. O vendedor, que falou sob condição de anonimato por medo de retaliação da Amazon, disse que a empresa nunca havia cancelado um de seus pedidos dessa maneira.

Sem aviso prévio

Scott Miller, ex-gerente de fornecedores da Amazon que agora trabalha como consultor de e-commerce, disse que a Amazon cancelou pedidos de mercadorias fabricadas na China e em outros países asiáticos de vários de seus clientes. Os cancelamentos ocorreram sem aviso prévio, disse ele, e podem forçar os fornecedores a renegociar os termos com a empresa de e-commerce.

“A Amazon realmente tem todas as cartas na manga”, disse Miller, fundador e CEO da pdPlus, em Minneapolis. “O único recurso real que os fornecedores têm é vender esse estoque em outros países com margens menores ou tentar trabalhar com outros varejistas.”

O vendedor de cadeiras de praia e Miller disseram que a Amazon cancelou “pedidos de importação direta”, processo no qual a Amazon compra estoque no atacado no país onde os produtos são produzidos e os envia para seus armazéns nos Estados Unidos.

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Textos, fotos, artes e vídeos do Valor estão protegidos pela legislação brasileira sobre direito autoral. Não reproduza o conteúdo do jornal em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do Valor (falecom@valor.com.br). Essas regras têm como objetivo proteger o investimento que o Valor faz na qualidade de seu jornalismo. A Amazon atua como importadora registrada dos pedidos, o que significa que paga tarifas quando os produtos chegam aos portos americanos.

A Amazon importa itens dessa forma há anos como forma de reduzir custos, já que frequentemente consegue usar tarifas de envio em massa para importar itens a custos mais baixos do que os fornecedores. O cancelamento desses pedidos coloca os fornecedores novamente expostos às tarifas caso importem mercadorias para os EUA por outros meios.

Os itens que a Amazon compra diretamente de fornecedores representam cerca de 40% dos produtos vendidos em seu site. O restante das vendas da empresa é feito por comerciantes independentes que, essencialmente, alugam espaço digital nas prateleiras da Amazon, pagando à empresa comissões e taxas de logística e publicidade.

Medo de recessão

As tarifas de Trump abalaram os mercados globais. Muitas empresas estão aumentando os preços, alimentando o medo de uma recessão.

Na terça-feira (8), a Robert W. Baird & Co. Inc. reduziu sua previsão de receita para a Amazon em 2025, citando os efeitos das tarifas em uma nota de pesquisa. As ações da empresa caíram cerca de 21% este ano, em comparação com a queda de 15% do S&P 500.

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