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As ações da Pague Menos (PGMN3) recuam mais de 5% nesta terça-feira, 11, negociadas a R$ 2,88, mesmo após a divulgação de resultados sólidos no quarto trimestre de 2024. Os papéis chegaram a cair 10% nas primeiras horas de pregão.
A varejista farmacêutica apresentou um crescimento expressivo de 17,4% na receita bruta em relação ao mesmo período do ano anterior, impulsionado pelo desempenho positivo das vendas em mesmas lojas (SSS), que avançaram 16,4%.
Apesar dos avanços operacionais, a preocupação do mercado segue concentrada na alavancagem financeira da companhia. O endividamento líquido ajustado atingiu R$ 1,8 bilhão, resultando em uma relação dívida líquida/EBITDA de 2,8x, bem acima de concorrentes como Raia Drogasil (0,9x) e Panvel (1,1x).
Essa posição reforça o receio de parte do mercado de que a empresa tenha desafios na gestão do capital e na necessidade de refinanciamento da dívida ao longo de 2025.
Margens e eficiência operacional mostram avanços
No lado positivo, a Pague Menos conseguiu expandir sua margem bruta em 0,5 ponto percentual (p.p.), alcançando 29,7%, enquanto a margem EBITDA ajustada subiu para 4,6% (+0,49 p.p.). O lucro líquido ajustado cresceu 22,8% ano contra ano, totalizando R$ 77,1 milhões no trimestre.
A integração da Extrafarma também começa a trazer frutos mais concretos. A produtividade das lojas da bandeira cresceu 21% no ano, e a participação das vendas omnichannel alcançou 16,4% no grupo.
Contudo, ainda existe uma diferença relevante entre as operações: a produtividade das lojas da Extrafarma é 18% inferior à das unidades da Pague Menos, com ticket médio 10% menor.
Alavancagem segue como principal risco
Embora a companhia tenha reduzido seu ciclo de caixa em 7 dias e apresentado melhora na gestão de estoques e fornecedores, a liquidez segue apertada.
O caixa fechou em apenas R$ 150 milhões, enquanto a dívida de curto prazo é de R$ 370 milhões, tornando praticamente inevitável uma rolagem de passivos ao longo de 2025.
Diante desse cenário, analistas mantêm visões mistas sobre o papel. O Safra destacou que “vemos os resultados do 4T24 como positivos para a Pague Menos, pois as sinergias da aquisição estão dando frutos” e reiterou sua recomendação de “compra” com preço-alvo de R$ 4,50.
Já o BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME), mais cauteloso, afirmou que “mantemos nossa posição Neutra devido à valorização limitada e aos riscos relacionados à alavancagem da companhia”.