Veículo: InfoMoney
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Data: 07/03/2025

Editoria: Assaí, Casas Bahia, L-Founders, Renner
Assuntos:

Ibovespa sobe pelo segundo dia seguido, com Vale e bancos; Petrobras cai

De grão em grão, o Ibovespa vai como o ditado da galinha: enchendo o papo. Depois da alta de 0,20% de ontem, hoje mais 0,25%, aos 123.357,55 pontos, um ganho de 310,70 pontos. O dólar comercial, se não desceu, ao menos não subiu tanto. Na verdade, quase nada: 0,02%, a R$ 5,75.  Já os juros futuros (DIs) bicaram um pouco mais e subiram por toda a curva.

As tarifas do governo Donald Trump seguem sendo o alimento para as decisões erráticas dos investidores. Uma mixórdia, a bem da verdade. “Esse vai-e-vem do Trump, com tarifa dia sobe e dia cai, deixa todo mundo maluco em um mundo que já não está fácil”, resume o especialista Fernando Bresciani. Ontem, os principais índices de Nova York subiram com amplitude. Hoje, recuaram com amplitude.

Isso porque o cenário global está bem indigesto mesmo. Emannuel Macron alfineta a Rússia e cita força nuclear. Vladimir Putin responde de volta, colocando lembranças de Napoleão na receita. A Rússia rechaça a força da União Europeia. Trump conversa com a presidente do México e adia tarifas para 2 de abril. Trump dá um mês de alívio para o setor automotivo.

Ameaças à economia dos EUA

Os investidores ficam engasgados com as migalhas de informações precisas que o governo Trump solta sobre a guerra comercial que está promovendo, e analistas tentam espetar com o garfo algo que tenha substância. Enquanto isso, o presidente do Federal Reserve da Filadélfia, Patrick Harker, afirmou que a economia dos EUA “está ok”, mas que existem ameaças que podem atingir o atual cenário.

O Banco Central Europeu (BCE) até cortou hoje mais um pouco a taxa de juros, mas cita essas incertezas como dificuldades.

Inflação de alimentos

Indigesto por lá, indigesto por cá. Especificamente no caso dos preços dos alimentos. O governo Lula roda igual batedeira de bolo em busca do ponto certo para frear a inflação de alimentos e não ver murchar de vez a pouca aprovação que lhe resta. Agora, diz que anunciará medidas para tentar contar a alta dos alimentos. O mercado nem salivou.

Na mesa posta da B3, a XP Investimentos observou um sentimento geral mais construtivo em relação ao Brasil, comparado à última vez em que se reuniu com investidores estrangeiros nos EUA (outubro de 2024). Os investidores estrangeiros estão, sem dúvida, mais otimistas em relação ao Brasil do que os investidores locais, apontam em relatório os estrategistas  da casa. Mas não têm pressa alguma de elevar posição. Eis que o Ibovespa vai mesmo se alimentando de grão em grão.

Vale sobe de novo e Petrobras cai

Hoje, quem papou bonito foi a Vale (VALE3), com alta de 1,10%. Os bancos bicaram um pouco aqui e ali e engordaram a pança: o Bradesco (BBDC4) ganhou 0,84% e o Itaú Unibanco (ITUB4) valorizou 0,19%.

Os varejistas tiveram um dia volátil. Mastigaram, mastigaram e levaram pouco. Lojas Renner (LREN3) ganhou 1,96%, mas Assaí (ASAI3) perdeu 1,98%. Fora do índice, Casas Bahia (BHIA3) conseguiu encher o bucho como há muito não conseguia: mais 14,34%. Também fora do índice, Méliuz (CASH3) disparou 16,36%, após montar uma estratégia diferenciada com Bitcoin.

Petrobras (PETR4) é que ficou anêmica com menos 1,04%, em mais um dia que o petróleo internacional cambaleou, embora tenha conseguido leves altas.

Amanhã é um dia de cardápio recheado: tem PIB do 4T24 no Brasil e na zona do euro; e tem o payroll nos EUA, o mais importante relatório sobre o mercado de trabalho na mais rica economia do mundo. Prepare o estômago! (Fernando Augusto Lopes)