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A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) confirmou ter aberto um processo administrativo sancionador que acusa a auditoria KPGM e uma de suas sócias, Carla Bellangero, no caso Americanas. A auditoria era responsável pela análise do balanço da varejista durante parte do período em que ocorreu a fraude contábil.
A abertura do processo sancionador — que já tem acusação formulada e vai a julgamento — ocorreu em 26 de novembro de 2024. A peça acusatória, contudo, não é pública. Por isso, ainda não há detalhes sobre o que pensa a acusação.
A fase atual, iniciada nessa quinta-feira (13), é de citação dos acusados com comunicação externa. Agora, o processo está na Gerência de Controle de Processos Sancionadores. Procurada, a KPMG informou ao Valor que, “por motivos de cláusulas de sigilo e regras da profissão, está impedida de se manifestar sobre casos envolvendo clientes ou ex-clientes da firma”.
O processo teve origem em uma investigação da Superintendência de Normas Contábeis e Auditoria (SNC), aberta em 2023, logo após a divulgação do rombo bilionário em 11 de janeiro daquele ano. A apuração tinha como objetivo verificar “eventuais irregularidades na atuação da KPMG Auditores Independentes, como auditor da Americanas S.A., em relação aos exercícios de 2017 e 2018”.
O novo processo sancionador agora se soma a outros dois que já estavam em curso no órgão regulador envolvendo ex-diretores da companhia, segundo as últimas informações da CVM sobre a atuação da autarquia em torno do caso Americanas, divulgadas em outubro de 2024.
O primeiro deles acusa o ex-diretor presidente da Americanas, Sergio Rial, e o ex-diretor de relações com investidores, João Guerra, de “inobservância do dever de sigilo e de informar”. Já o segundo acusa oito ex-executivos da Americanas de informação privilegiada (“insider trading”). Entre eles, estão os ex-diretores Miguel Gutierrez e Anna Saicali.
O órgão regulador encerrou outro processo sancionador que acusava a diretora de Relações com Investidores Camille Loyo Faria. Em março do ano passado, o colegiado da CVM aceitou um termo de compromisso no valor de R$ 2,4 milhões para dar fim ao processo. Na mesma ocasião, os diretores da CVM recusaram as propostas de acordo com Rial, no valor de R$ 1,28 milhão, e Guerra, no valor de R$ 600 mil.