O mercado de shopping centers no Brasil cresceu 1,9% em faturamento no ano passado, em termos nominais, em relação a 2023. E mesmo com essa base fraca de comparação de 2024, a projeção para 2025 é de um avanço de 1,6%, informou a Abrasce, principal entidade do setor no país.
No ano passado, a receita bruta atingiu R$ 198,4 bilhões, versus R$ 194,7 bilhões em 2023.
Trata-se de uma expectativa conservadora para 2025, considerando o atual ambiente, de aumento da inflação e elevação dos juros, e também do perfil de crescimento desse mercado nos últimos anos, voltado a cidades de médio porte.
O Valor apurou que existiam diferentes projeções para o ano, sendo que a mais otimista era de uma alta de 3% em 2025, logo, acima da estimativa do mercado para o PIB, de 2% a 2,5% em 2025. Mas a ideia inicial foi considerar um cenário mais “pé no chão” para 2025, inicialmente, e se necessário, rever a projeção dentro alguns meses.
Apesar dessa expectativa de 1,6% em 2025, a Abrasce é otimista para o ano e entende que o dado mostra aceleração em cima de anos passados de crescimento.
“O cenário econômico afeta o país como um todo, e reduz expectativas do consumidor, mas o shopping continua sendo um mercado de expansão mais resiliente, e vemos o dado de 2024, e a expectativa de 2025, como positivos”, disse Glauco Humai, presidente da associação.
“Estamos projetando 17 aberturas em 2025, mas como um terço das previsões de inauguração anual não ocorrem, por questões burocráticas, de licenças, entre outras razões, então, se esse número fechar em 12, é acima da média dos últimos anos”, disse.
Em 2024, foram inaugurados nove empreendimentos, maior número desde a pandemia, que afetou duramente o setor.
A expansão do setor tem ocorrido, principalmente, em cidades médias, e em negócios liderados por grupos regionais e famílias, e parte deles tem aberto empreendimentos em áreas menos consolidadas, com ritmo de expansão abaixo dos grandes grupos de capital aberto.
O número total de lojas avançou 1,9%, para 123,2 mil pontos em 2024, ou seja — no mesmo ritmo de expansão do faturamento — e o fluxo de visitantes alcançou 476 milhões, avanço de 2,9%.
Há 648 empreendimentos no país, e a área bruta locável cresceu 1,8% em 2024. As salas de cinema, que enfrentam tempos difíceis desde a pandemia, cresceram, em número, 0,9%, para 3,1 mil.
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