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Data: 05/02/2025

Editoria: L-Founders
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Magazine Luiza (MGLU3) afunda quase 5% na bolsa após ata do Copom e lidera as perdas do Ibovespa hoje. O que está por trás do tombo?

Lu, mascote digital do Magazine Luiza (MGLU3), Magalu, com uma expressão de susto no primeiro plano; em segundo plano, números e gráficos indicando queda, na cor vermelha, sinalizando a baixa nas ações da empresa no Ibovespa

Lu, assistente virtual do Magalu – Imagem: Shutterstock/Montagem Julia Shikota
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Mais uma vez, os juros emergem como detrator do desempenho do setor de varejo na bolsa brasileira. Desta vez, o “efeito pós-Copom” é quem faz as ações do Magazine Luiza (MGLU3) e de outras varejistas liderarem as perdas do pregão desta terça-feira (4).

Por volta das 11h50, o Magalu caía 4,71% e liderava a ponta negativa do Ibovespa, negociado a R$ 6,88. No acumulado de 12 meses, a desvalorização chega a 64%.

Mas a gigante do varejo não é a única no vermelho nesta sessão. No pódio de maiores quedas do Ibovespa, a CVC (CVCB3) vem logo na esteira, com quedas da ordem de 4,55% no mesmo horário, a R$ 1,89.

O movimento de queda é generalizado entre as ações cíclicas — caso das empresas ligadas ao consumo e dos negócios que costumam operar mais alavancados, como os dos setores de educação e locação de automóveis —, que dominam as perdas da B3 no início da tarde.

O motivo por trás do mau humor? A abertura da curva de juros futuros (DIs) após a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) sinalizar que a Selic pode seguir em alta para além da reunião de março.

Magazine Luiza (MGLU3) e outras quedas do Ibovespa:

Nome Ticker Último Variação
Magazine Luiza ON MGLU3 R$ 6,88 -4,71%
CVC Brasil ON CVCB3 R$ 1,89 -4,55%
MRV ON MRVE3 R$ 5,38 -3,76%
Carrefour ON CRFB3 R$ 6,07 -4,56%
LWSA ON LWSA3 R$ 3,19 -3,63%
YDUQS ON YDUQ3 R$ 9,88 -3,98%
Cogna ON COGN3 R$ 1,35 -3,57%
Lojas Renner ON LREN3 R$ 13,09 -3,47%
Automob ON AMOB3 R$ 0,31 -3,13%
Pão de Açúcar ON PCAR3 R$ 2,59 -2,26%
Fonte: Investing.com

A ata do Copom e o impacto nas ações do varejo

A piora no apetite a risco dos investidores é resultado de um comunicado mais duro do Copom sobre o futuro dos juros, que fez ruir as esperanças de uma parcela do mercado de um ciclo mais curto de aperto monetário no Brasil.

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Os diretores do colegiado afirmaram que a indicação de mais uma alta de 1 ponto percentual (p.p.) na Selic na próxima reunião é “apropriada” ao cenário atual, assim como a decisão de seguir o guidance em janeiro.

Vale lembrar que, no fim de janeiro, o Copom (Comitê de Política Monetária) elevou a taxa Selic em 1 p.p, para 13,25% ao ano. O Banco Central também deixou contratada mais uma alta da mesma magnitude para a próxima reunião, o que colocará os juros no patamar de 14,25% a.a em março.

“O cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho, o que exige uma política monetária mais contracionista”, afirmou o Copom, na ata sobre a última reunião.

Sobre o guidance para além de março, o Copom destacou que a magnitude do ciclo de aperto monetário será ditada pelo “firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação”.

E o que isso tem a ver com o desempenho das ações do Magalu hoje?

Em resumo, a falta de previsão sobre quando o ciclo de alta da Selic chegará ao fim influencia diretamente a curva de juros futuros (DIs), que passa a prever taxas mais altas no longo prazo.

O aumento dos DIs, por sua vez, impacta o desempenho das ações de varejistas como o Magazine Luiza. Isso porque as companhias mais endividadas e ligadas ao consumo tendem a ser mais sensíveis a fatores macroeconômicos, como os juros, já que operam com margens mais apertadas e dependem de crédito barato para crescer.

*Com informações do Money Times.