Veículo: Folha de São Paulo
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Data: 29/01/2025

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BCs do Brasil e dos EUA decidem sobre juros nesta quarta (29); veja o que esperar

Os bancos centrais de Brasil e Estados Unidos decidem nesta quarta-feira (29) as taxas de juros dos países e devem tomar caminhos diferentes.

Na chamada “superquarta”, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central deve elevar a taxa Selic em um ponto percentual, para 13,25% ao ano, na primeira reunião do novo presidente, Gabriel Galípolo. O próprio colegiado avisou, no comunicado da reunião de dezembro, que elevará a taxa em dois pontos percentuais no total, parcelados agora em janeiro e em março.

Nas negociações de opções de Copom da B3, as apostas na alta de 1 ponto estavam em 96% nesta terça-feira (28).

A imagem mostra um homem sentado em uma mesa durante uma reunião no Banco Central do Brasil. Ele está olhando para frente, com uma expressão séria. Ao fundo, há uma parede de madeira e um painel com o nome 'BANCO CENTRAL DO BRASIL'. Na mesa, há um copo de água e um microfone.
Esta será a primeira reunião do Copom sob presidência de Gabriel Galípolo – Adriano Machado – 19.dez.24/Reuters

“Não teremos grandes ruídos neste Copom. Está praticamente precificado o aumento de um ponto”, afirmou João Ferreira, sócio da One Investimentos. “A perspectiva de [novo] aumento de um ponto em março, como sinalizou o BC, também está mantida. Mas será que vai continuar depois disso?”

O objetivo da elevação é segurar a inflação. A previsão de aumento de preços feita por economistas ouvidos pelo Banco Central deu um grande salto no boletim Focus divulgado na segunda-feira (27).

Os analistas esperam que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) termine o ano em 5,50%, uma elevação de 0,42 ponto percentual em relação ao levantamento divulgado na semana passada.

O centro da meta oficial para a inflação é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

A piora nas projeções reflete a desconfiança dos economistas com o compromisso do governo Lula com o equilíbrio das contas públicas e a sustentabilidade do arcabouço fiscal. Em novembro, o Copom reforçou o alerta sobre risco fiscal e disse que uma piora adicional das expectativas de inflação poderia prolongar o ciclo de alta de juros.

Enquanto isso, nos EUA, o Federal Reserve deve manter sua taxa de juros inalterada em sua primeira decisão do ano. Isso apesar das pressões do presidente Donald Trump.

Os investidores, em sua maioria, preveem que o Fed manterá as taxas no nível atual, de 4,25% a 4,5% ao ano, após três cortes consecutivos desde setembro.

A atenção estará voltada para possíveis mudanças na perspectiva econômica no comunicado que acompanha a decisão e para as declarações do presidente do Fed, Jay Powell, na coletiva de imprensa posterior.

Em dezembro, o BC americano sinalizou uma provável pausa nos cortes e afirmou que consideraria a “extensão e o momento” de futuras mudanças. Desde então, os dados econômicos indicaram uma desaceleração da inflação e um crescimento sólido do emprego —uma combinação que gerou debates sobre a necessidade e o momento de novos cortes na taxa de juros.

Powell deve enfrentar perguntas sobre as primeiras ações e declarações de Trump, que nesta semana afirmou que exigiria uma redução das taxas de juros. O republicano também pediu preços mais baixos para o petróleo, o que pode impactar a inflação.

O presidente do Fed também deixou claro, em novembro, que pretende cumprir seu mandato atual e reforçou que o presidente dos EUA não pode removê-lo do cargo.

Com Reuters e Financial Times