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RESUMO
Em meio a retrocessos do mercado corporativo em relação às políticas de diversidade, algumas empresas estão vindo a público para reafirmar que irão manter suas metas. Nesta terça-feira, a Natura e o Carrefour divulgaram comunicados públicos dizendo que não haverá retorno em suas políticas.
Numa nota no Linkedin com o título “Sim à inclusão e à diversidade”, a rede de supermercados afirmou que “a Inclusão sempre está em tudo o que faz”.
“Ela está no nosso jeito de atender bem cada Cliente. Está na Coragem de lidar com as resistências e em fazer a coisa certa mesmo quando o caminho não é o mais fácil. Faz parte do Compromisso com a mudança que queremos ver no mundo e no nosso dia a dia. E está na Cooperação para um trabalho conjunto na direção de um propósito. Por isso, dizemos sempre “sim à inclusão e à diversidade”. Ontem, hoje e amanhã. Afirmamos isso e, hoje, reafirmamos”.
Já a Natura divulgou uma carta nesta manhã afirmando que “não há mais tempo para retrocessos”.
“Diante do recrudescimento da crise climática e das injustiças sociais, é urgente agirmos – conjuntamente e de forma consistente. Os complexos desafios sociais e ambientais contemporâneos não serão resolvidos apenas por governos ou organismos multilaterais, sem que a sociedade civil e o setor empresarial se mobilizem”. (…) O momento que vivemos demanda de nós a responsabilidade de ir além. Nosso compromisso com a vida não aceita retrocessos.”
A onda de retrocessos em empresas norte-americanas ficou mais forte este ano após a eleição de Donald Trump. A rede de fast-food McDonald’s informou, em comunicado que revisará e recuará em algumas de suas metas de diversidade nos Estados Unidos. Assim, junta-se a empresas como Toyota, Walmart e Microsoft, que também anunciaram reduções em suas políticas de diversidade em território norte-americano. Além disso, a Meta e Amazon também anunciaram a redução das suas políticas de diversidade.
No Brasil, embora o impacto dessas revisões ainda não seja amplamente divulgado, há indícios de mudanças no discurso e no investimento em políticas de D.E.I. Liliane Rocha, CEO e fundadora da Gestão Kairós, ressalta que algumas empresas brasileiras têm evitado usar termos como ESG e diversidade para não se envolverem em debates polarizados.
– Já percebemos um resfriamento no investimento orçamentário em iniciativas de diversidade. CEOs e executivos que antes apoiavam publicamente essas pautas agora estão mais cautelosos, buscando evitar associações a narrativas politicamente divisivas – afirma.