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Data: 14/01/2025

Editoria: Shopping Pátio Higienópolis
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Grifes de luxo perdem clientes, e a geração Z pode estar por trás disso

Cerca de 50 milhões de consumidores deixaram de comprar artigos de grifes, como Louis Vuitton, Gucci, Dior, Chanel e Burberry no último ano. É o que apontou um relatório divulgado em novembro pela consultoria americana de gerenciamento de negócios Bain & Company e elaborado em parceria com a Altagamma, a associação italiana de fabricantes de produtos de luxo.

Definição de luxo não é mais a mesma do pré-pandemia

Mesmo com os gastos no mercado de luxo no geral se mantendo estáveis em relação a 2023, com cerca de 1,5 trilhão de euros (R$ 9,39 trilhões) consumidos, o público que investe nas grandes casas de moda encolheu. Apenas um terço das marcas mais luxuosas não terminou o ano no vermelho.

Prioridades mudaram. Consumidores, em especial os jovens adultos da geração Z, têm preferido colocar o seu dinheiro em experiências de luxo, em vez de objetos. Saem de cena as bolsas, lenços e sapatos caríssimos, entram passeios em iate, carros confortáveis e jatos, para aqueles que já eram adeptos de gastar altas cifras.

Mesmo quem tem menos dinheiro tem preferido investir nos pequenos prazeres. Por isso, os produtos de luxo que conseguiram melhores resultados de vendas em 2024 foram justamente os de beleza, especialmente perfumes, e óculos de sol ou grau, por exigirem um investimento menor e representarem mais a chance de ter uma experiência de luxo do que apenas um desejo de ostentação. A joalheria de luxo ainda se mantém estável nos EUA.

Mercado de luxo no Brasil viu crescimento em 2024, aponta o levantamento. No cenário internacional, relógios, produtos de couro e sapatos tiveram desaceleramento nas vendas, apesar de acessórios pequenos seguirem no radar da geração Z.

Interesse cresce no mercado de brechós e itens de segunda mão. Os mais jovens, especialmente, têm procurado joias e peças com história “herdadas” das gerações anteriores.

Loja da Louis Vuitton em Paris
Loja da Louis Vuitton em ParisImagem: REUTERS/Benoit Tessier

Promessas não cumpridas

Mudança de comportamento dos consumidores tem a ver com decepções com as grifes. Esta é a avaliação da analista de equity do mercado de luxo Marie Driscoll. À revista Fortune, ela disse que as marcas devem se reinventar. “Desde 2019, ocorre um aumento dos [já altos] preços em todo o gênero de luxo sem um aumento correspondente em inovação, serviço, qualidade ou apelo que a marca possa oferecer. Este ano, a ficha dos consumidores caiu e sentimos o impacto total.”