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Data: 23/12/2024

Editoria: L-Founders, Shopping Pátio Higienópolis
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Inflação do Natal: itens do período sobem 4,48% e alimentos da ceia pressionam o orçamento

Chega o final do ano e não é só Papai Noel que fica encarregado de fazer compras para o Natal. Todos nós também almejamos preparar uma ceia completa para aproveitar com a família e presentear quem amamos. Para tornar este momento ainda mais especial, planejamos pratos típicos das festividades natalinas, que todos os brasileiros desejam saborear nesta noite única.

No entanto, a cada ano, temos a sensação de que tudo está mais caro, e precisamos gastar cada vez mais para adquirir os alimentos e os presentes para a confraternização em família.

Mas, afinal, quão mais caros se tornaram os produtos que consumimos durante a época do Natal? Será que os itens da cesta de Natal realmente estão mais caros em comparação ao ano passo?

Inflação dos produtos de Natal

De acordo com o levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), a inflação continua sendo um desafio para o orçamento das famílias brasileiras.

Os principais itens da ceia de Natal e da lista de presentes do brasileiro apresentaram variação de 4,48% no acumulado dos últimos 12 meses, uma aceleração em relação a 2023 (quando a Inflação do Natal ficou em -1,71%), mas ainda abaixo do pico de 11,03% registrado em 2022.

Ceia pesa no orçamento

Para 2024, o que deve pesar mesmo no bolso do consumidor é a Ceia de Natal. Alguns alimentos tiveram variações expressivas, que resultaram em uma alta de 10,31% neste grupo.

A batata inglesa disparou 27,74%, seguida pelo arroz, com alta de 14,45%, e pela carne bovina, com elevação de 12,09%. O azeite mantém pressão significativa nos preços, com aumento de 24,82%. Por outro lado, a cebola apresentou queda expressiva de -36,68%, oferecendo alívio aos consumidores. O bacalhau, item tradicional da ceia, registrou queda de 3,30%.

Segundo Matheus Dias, economista responsável pelo levantamento, a ceia este ano deve pesar significativamente no bolso dos consumidores. “Embora o bacalhau esteja mais barato que no ano passado, quando analisamos os outros componentes da cesta, observamos que a maioria apresentou aumentos expressivos. A combinação do dólar mais elevado por vários meses com uma produção reduzida de alguns alimentos ampliou o impacto no orçamento do consumidor. O azeite ilustra bem essa situação, pois ainda reflete os efeitos das quebras de safras anteriores na Europa e, como nossa produção nacional é insuficiente para atender a demanda, dependemos de importações que, com o dólar mais alto, acabam encarecendo o produto”, explicou.

Presentes com variações moderadas

Para os que vão separar um dinheiro para comprar presentes para as pessoas amadas nessa época, a análise detalhada da cesta de presentes revela tendências interessantes.

O segmento de eletrônicos mantém tendência de queda (-3,22%), com destaque para celulares, que apresentaram a maior deflação do grupo (-5,26%). Computadores e periféricos (-0,12%), televisores (-0,32%) e aparelhos de som (-1,39%) também registraram quedas nos preços.

No setor de vestuário, que tradicionalmente está entre as opções de presente mais procuradas, observa-se uma estabilidade geral com leve queda de -0,03%. Os calçados masculinos apresentaram a maior alta do segmento (1,94%), enquanto roupas masculinas registraram queda de -0,59%. Os calçados infantis, que haviam subido 11,62% no período anterior, agora apresentam queda de -1,94%.

Para Matheus Peçanha, é importante notar que alguns itens tradicionalmente presentes na cesta de Natal estão com comportamentos distintos este ano. “Enquanto alguns alimentos básicos pressionam o orçamento, outros oferecem oportunidades de economia. No setor de presentes, por exemplo, a deflação em eletrônicos pode representar boas oportunidades de compra”, destaca Matheus Dias.

Confira a tabela completa da variação de preços dos itens de Natal

Item Var.% acumulada em 12 meses (dez/21 – nov/22) Var.% acumulada em 12 meses (dez/22 – nov/23) Var.% acumulada em 12 meses (dez/23 – nov/24)
IPC-DI (FGV/IBRE) 4,53 3,60 3,97
Inflação de Natal 11,03 -1,71 4,48
Ceia 16,48 -4,72 10,31
Arroz -1,63 20,91 14,45
Batata inglesa 29,92 -15,88 27,74
Cebola 167,62 -27,40 -36,68
Frutas 38,82 0,45 12,18
Farinha de trigo 30,00 -9,21 -5,53
Pão de outros tipos 14,62 4,03 3,98
Leite longa vida 18,75 -11,03 18,16
Frango inteiro 11,88 -14,22 8,57
Ovos 20,08 5,70 -5,41
Carnes bovinas 2,39 -8,75 12,09
Lombo suíno 0,13 -0,82 7,32
Pernil suíno 0,64 -1,91 13,45
Bacalhau 11,63 6,97 -3,30
Azeite 9,51 33,28 24,82
Maionese 29,93 7,12 -1,91
Azeitona 9,72 0,66 10,38
Vinho 5,06 2,44 2,47
Presentes 6,95 0,75 -0,02
Eletrônicos 0,34 -3,03 -3,22
Aparelho de Som 0,29 -0,22 -1,39
Televisores 0,50 -1,99 -0,32
Computadores e periféricos 1,76 -3,84 -0,12
Celulares -0,12 -3,23 -5,26
Vestuário 10,62 2,18 -0,03
Roupas Masculinas 12,82 3,02 -0,59
Roupas Femininas 11,01 -0,11 -0,09
Roupas Infantis 7,67 4,61 -1,21
Calçados Masculinos 10,42 3,17 1,94
Calçados Femininos 8,87 2,03 0,66
Calçados Infantis 1,13 11,62 -1,94
Acessórios 6,38 2,36 2,24
Bijuterias 3,53 -2,97 2,92
Relógio 5,65 3,35 4,22
Cintos e bolsas 8,01 3,05 0,14
Saúde e Beleza 5,68 0,26 3,86
Artigos de maquiagem 4,12 6,13 1,11
Perfumes 5,57 -1,36 4,11
Produtos para barba 8,24 4,72 5,38
Recreação e cultura 5,89 2,16 -0,45
Livros não-didáticos 8,41 6,81 1,52
Bicicleta -0,33 0,03 0,26
Brinquedos e bonecas 8,47 1,71 -1,71
Artigos Esportivos 4,10 1,51 1,30
Instrumentos Musicais 1,44 -0,92 0,78
Fonte: FGV Ibre