Em meio à pressão sobre os juros futuros e a desvalorização do câmbio devido à piora na percepção de risco fiscal, os investidores devem acompanhar os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre no Brasil, nesta terça-feira. Já nos Estados Unidos, o mercado observa os dados de emprego, por meio do relatório Jolts, considerado uma prévia para o “payroll” de sexta-feira, em busca de pistas sobre a condução da política monetária americana.
Por aqui, a crescente desancoragem das expectativas de inflação, como apontada pelo Boletim Focus desta segunda-feira, preocupa o mercado, ainda mais depois da frustração com o pacote de corte de gastos do governo. Segundo a mediana das projeções consultadas pelo Valor Data, o PIB de julho a setembro deve subir 0,8% ante o segundo trimestre, quando avançou 1,4%. Assim, se o indicador surpreender para cima, os ativos domésticos podem passar por uma nova rodada de depreciação.
Ontem, o real foi punido com a ameaça tarifária o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, contra os países do Brics. O dólar comercial encerrou em alta de 1,13%, cotado a R$ 6,0685, renovando a máxima histórica, após de ter encostado nos R$ 6,0913. Já os juros futuros de longo prazo operaram pressionados pelo aumento do prêmio de risco diante do meu humor do mercado com a política fiscal do governo.
Após a forte alta na véspera, o índice DXY, que mede a força da moeda americana contra uma cesta de seis divisas de mercados desenvolvidos, recuava 0,21%, por volta das 7h45 desta terça-feira. Já os futuros dos índices atrelados às bolsas de Nova York operavam mistos, enquanto o rendimento dos Treasuries de 10 anos avançava para 4,222%, de 4,198% do fechamento anterior, antes do relatório Jolts.
Na renda variável, a nova alta das commodities pode trazer algum alívio às ações de petroleiras, mineradoras e siderúrgicas no Ibovespa: o minério de ferro subiu 1,50% em Dalian e o petróleo Brent operava em alta de 0,90% no exterior há pouco.