Tópicos chave de discussão do 3T. Nós observamos três temas principais em nossas conversas com investidores após os resultados:
- Dinâmica de vendas mesmas lojas (SSS): A empresa teve um forte desempenho de vendas mesmas lojas no 3º trimestre, com SSS consolidado alcançando +16% A/A (vestuário com +19%), mais uma vez apoiado por volume. Em nossa visão, devemos ver uma desaceleração de SSS no 4º trimestre, pela base de comparação mais normalizada (dinâmica de push & pull, precificação dinâmica implementada a partir do 4T23, levando a um SSS de +16%). No entanto, a expansão da carteira de crédito do C&A Pay e os benefícios contínuos do Energia C&A (os executivos observaram que 180 lojas já passaram por alguma intervenção, com ganhos de produtividade) devem continuar apoiando um SSS sólido, ainda acima dos concorrentes.
- O que esperar das margens daqui para frente: Para a margem bruta, esperamos que a implementação do push & pull e da precificação dinâmica sustentem a expansão da margem de vestuário, embora em uma escala reduzida, enquanto o mix (maior penetração de beleza) deve sustentar as margens gerais de mercadorias tanto no 4º trimestre quanto em 2025. Para a margem EBITDA, embora esperemos que o crescimento geral de SG&A acelere em relação aos anos anteriores, refletindo investimentos mais pesados do Energia C&A, a alavancagem operacional e a expansão da margem bruta devem mitigar isso.
- Melhorando a liquidez: O acionista controlador da empresa recentemente reduziu sua participação para cerca de 52% (-13 p.p.). Assim, estimamos que o volume médio diário de negociação (ADTV) da CEAB possa melhorar para cerca de R$60 milhões, em comparação com R$45 milhões atualmente, o que pode abrir espaço para a entrada de investimentos à medida que a ação se torna uma alternativa para novos compradores marginais.
Atualizando nossas estimativas. Adotamos uma visão mais construtiva para o futuro, apoiada por resultados operacionais sólidos, embora isso seja compensado por despesas financeiras mais pesadas devido a taxas de juros mais altas em 2025. Como resultado, aumentamos nossa estimativa de lucro para 2024 em 20% e reduzimos a de 2025 em 6%, enquanto ajustamos nosso preço-alvo para o final de 2025 para R$18,0/ação, de R$15,0 anteriormente.
Mantemos nossa recomendação de Compra. Mantemos nossa recomendação de Compra, pois continuamos vendo a companhia como uma história de resiliência que deve continuar se beneficiando das iniciativas estratégicas, deixando espaço para melhorias mesmo em um contexto macro mais difícil. No entanto, nós observamos que a dinâmica macro representa um risco, pois o recente aumento da inflação pode prejudicar o poder de compra em 2025, dificultando assim a demanda do consumidor.