Rafaela Azevedo carioca trocou a praia do Rio de Janeiro pela selva de pedra da pauliceia há três meses. A atriz, humorista e palhaça compartilha sua rotina às vésperas de completar 100 mil espectadores no teatro com King Kong Fran. Ela faz, nesta quinta (14.11) sua última apresentação no Teatro UOL, em São Paulo. Em janeiro, ela viaja para Recife, Fortaleza e Salvador – locais onde a peça nunca esteve.
Em fevereiro, a turnê pela Europa já está confirmada e passa por Porto, em Portugal, no Passos Manuel (dia 6); Barcelona, na Espanha, no Casino L’Aliança (dia 7); Berlim, na Alemanha, no Colosseum (dia 8); Dublin, na Irlanda, no The Sugar Club (dia 11); Londres, no Reino Unido, no Dingwalls (dia 12); Paris, na França, no Studio de L’Ermitage (dia 14); e Lisboa, em Portugal, no Capitólio (dia 15).
Aos 32 anos, a atriz de Honório Gurgel, no Rio de Janeiro, usa a liberdade nem sempre correta de sua personagem para trazer humor aos palcos e para as redes sociais. Depois do sucesso astronômico de sua peça, ela pretende escrever uma continuação para o ano que vem, focada na religião. Mas, antes, volta a se apresentar no Rio e em São Paulo para a turnê de despedida do espetáculo. Siga a rotina:
8:00 – Passo um cafezinho e como bem: ovo, frutas, açaí ou iogurte. Entendo quem faz detox digital, mas eu não consigo. O Instagram da Fran é uma brincadeira, então não me estresso. Fico respondendo mensagens e resolvendo as pendências, sempre ouvindo algum podcast, como o Não Inviabilize, que adoro.
10:00 – Passo batom, coloco cílios postiços e a peruca – é o momento da “incorporação” da Fran. Sou viciada em trabalhar. Hoje, era minha folga e gravei uns 10 vídeos da Fran. Ela é minha forma de pensar sem filtro. Gosto de ficar de boa e no conforto. Faço máscara facial, fico deitada, por vezes, sem fazer nada.
11:30 – Se tiver um tempinho, encaixo algum exercício físico. O almoço é um momento de comer comida de verdade: arroz, feijão, legumes e, de vez em quando, carne. Gosto de preparar, mas se o dia estiver corrido, peço delivery.

Foto: Luq Dias
14:00 – À tarde, o foco é mais burocrático. Faço minhas aulas de inglês, três vezes por semana, e organizo reuniões, entrevistas, e respondo e-mails. Também aproveito para ver filmes, referências e exposições que alimentam minhas ideias. Sinto que a palhaça consegue controlar a nossa histeria, como desejos e raivas. Crio um universo paralelo que dá vazão ao que se passa na minha cabeça. Quando falam mal, penso que é a personagem. E ela é muito errada… Por ser uma mulher palhaça, sempre falo que precisamos ter figuras que nos representam. Assim como tem a mãe, a santa, precisa ter a humana. Ela não é saudável, é muito tóxica. Por isso, essa delimitação é importante.
16:00 – Se preciso gravar algo para o Porta dos Fundos ou outra colaboração, faço às segundas. São Paulo, com essa vida agitada, me encaixo bem. O que me pega é o clima. Sinto falta da umidade e fico muito mais doente aqui. Em breve, vou trazer o Meteoro (gato) pra morar comigo. Uma vez por semana, terapia.
18:00 – Chego ao teatro com bastante antecedência para revisar o som, ajustar os figurinos e verificar se todos os acessórios estão no lugar. Aproveito para comer algo leve, uma salada com proteína. Tomava uma dose de uísque antes de entrar em cena, mas não seria possível beber todos os dias (risos). Agora, só café.
20:00 – A peça começa intensa! Ano que vem, quero montar a Igreja da Fran, no segundo semestre. Depois do patriarcado, vou brincar com a religião e, depois, com a política – três espetáculos que dialogam entre si. E nenhum deles é a favor das minorias.
23:30 – Ainda não comecei a gravar, mas estou em pré-produção do reality da Fran. Não gosto de festas para fazer networking e adoro viajar. Quando tenho dias de folga, pego o carro com meu namorado (Iuri Rio Branco) e caio na estrada.
01:00 – Depois do espetáculo, saio para jantar ou aproveitar, especialmente se estou em uma cidade nova. Volto para casa ou para o hotel à 1h da manhã, quando finalmente começo a desacelerar e fazer meu ritual de cuidados com o figurino e preparação para o dia seguinte. Coloco algo na TV, pode ser até leilão, vai me dando sono, me distrai e eu durmo.