Veículo: Valor Econômico
Clique aqui para ler a notícia na fonte
Região:
Estado:
Alcance:

Data: 07/11/2024

Editoria: Shopping Pátio Higienópolis
Assuntos:

Manhã no mercado: Ajuste fiscal e decisão do Fed devem guiar ativos locais

Em um dia agitado nos mercados globais após a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central endossou na quarta-feira a percepção do mercado de que o governo precisará adotar medidas mais estruturais nas propostas de cortes de gastos para ancorar as expectativas de inflação. Nesse sentido, as atenções dos agentes se voltam nesta quinta-feira a qualquer novidade em torno do pacote de contenção de despesas do governo federal.

A decisão de elevar a Selic em 0,5 ponto percentual já era amplamente aguardada pelo mercado, mas o tom do comunicado mostrou que será necessário um aperto monetário ainda maior para colocar a inflação na meta, caso os ajustes fiscais não sejam devidamente executados.

Ainda ontem, pouco antes do fechamento dos mercados, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou em entrevista à Rede TV! que os ajustes não podem penalizar os mais pobres e questionou se o Congresso aceitaria reduzir as emendas para contribuir com as medidas. Em seguida, em um movimento de reforçar o compromisso com as medidas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o plano de contenção de despesas deve ser fechado nesta quinta-feira em reunião com o presidente, às 9h30.

Os mercados domésticos enfrentaram forte volatilidade na sessão de ontem, após a confirmação da vitória do republicano nas eleições presidenciais americanas. No geral, a performance dos ativos brasileiros surpreendeu, diante de um ajuste relevante de posições. O dólar comercial encerrou em queda de 1,26%, cotado a R$ 5,6742; os juros futuros de longo prazo recuaram; e o Ibovespa teve uma queda contida e conseguiu segurar os 130 mil pontos.

Enquanto ainda há forte volatidade no exterior, a decisão do Federal Reserve (Fed) de hoje também será acompanhada de perto pelos agentes. Embora a redução de 0,25 percentual seja dada como certa, existe a expectativa de que o banco central americano possa não cortar muito mais os juros daqui para frente, diante de propostas mais inflacionárias de um futuro governo Trump, em um momento no qual a economia dos EUA continua a dar sinais de aquecimento.

Assim, diversas casas começam a se ajustar a esse novo cenário, o que joga luz ao tom do presidente do Fed, Jerome Powell, na coletiva de imprensa após a reunião do Fed, enquanto os investidores seguem em busca de pistas sobre o tamanho do ciclo de cortes de juros nos Estados Unidos.