Veículo: Folha de São Paulo
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Data: 29/10/2024

Editoria: Américas Amigas
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Combinação de IAs aumenta taxa de detecção de câncer de mama, diz estudo.

A combinação de ferramentas de IA (Inteligência Artificial) aplicada na análise de mamografias aumenta a precisão da detecção precoce do câncer de mama, mostra estudo do Grupo Fleury. A rede passará a adotar a tecnologia na rotina dos atendimentos a partir de 2025.

O trabalho analisou um banco de dados de 1.511 mamografias anonimizadas, sendo 565 com confirmação de câncer de mama por biopsia e 946 casos sem a doença.

A ideia foi investigar os limites das ferramentas de IA. Por exemplo, erros, acertos e contextos em que elas são melhores ou piores para serem utilizadas.

Os resultados apontam que, sozinha, cada IA teve uma taxa de acurácia de 90%, em média. Combinadas, o índice ultrapassou de 95%. O trabalho será apresentado em congresso internacional de radiologia, que acontecerá em Chicago (EUA), em dezembro.

Segundo o radiologista Bruno Aragão, coordenador médico de inovação do Fleury, o objetivo foi testar se duas ferramentas diferentes de IA teriam desempenhos melhores do que uma isolada. A conclusão foi que sim, a combinação é mais eficiente.

“Do mesmo jeito que existe uma junta médica, existe uma tendência de que a gente tenha uma junta de IAs”, diz ele.

O médico explica que nenhuma ferramenta tem 100% de acurácia, por isso, é importante não só a combinação entre elas mas também o olhar atento do especialista.

“A gente consegue discutir com a máquina, ela ajuda, mas o médico continua sendo o mediador. Ainda não chegamos no momento de soltar a máquina sozinha para ela tomar uma decisão”, diz Giselle Guedes Netto de Mello, médica radiologista de diagnóstico por imagem do Fleury.

Segundo Aragão, o tipo de erro que o humano comete não é o mesmo da IA. Por exemplo, às vezes a ferramenta não reconhece um tumor que tenha uma apresentação atípica, um formato diferente, por exemplo.

“Às vezes é até um tumor grande, mas que ela viu pouco e deixa passar. Nós, humanos, olhamos e perguntamos: ‘como é que pode a máquina errar um caso desse?”

Já os humanos podem cometer erros na interpretação de mamografias quando há lesões muito pequenas, escondidas em cantos. “Por isso a união entre máquina e humano é a melhor combinação.”

A literatura científica mostra que quando a análise é feita só pelo olho humano, a taxa de acurácia vai de 65% a 90%, dependendo da experiência do médico (se é um recém-formado ou não) e do perfil da paciente.