Esta é a única da rede, que chegou a ter 17 lojas e 1,5 mil funcionários, em funcionamento atualmente. Em recuperação judicial, ela foi despejada do Conjunto Nacional em abril e operava, desde então, apenas pelo e-commerce.
A unidade abriu sem alarde – apenas uma publicação feita no sábado, 26, anunciava que a livraria já estava funcionando. Os boatos de que o casarão, onde já funcionaram agências do Bank Boston e do Itaú Personnalité, levaria o nome da Livraria Cultura começaram em maio.
O Estadão visitou o local na manhã desta segunda-feira, 28. O fluxo, em sua maioria, era de curiosos que entravam, percorriam os ambientes, e logo saíam. O espaço de 505 m² com dois andares é bem mais singelo do que o Conjunto Nacional – que ocupava três andares do espaço do antigo Cine Astor e contava com 4,3 mil m². E, por enquanto, menos convidativo para se perder horas lá dentro.
Poltronas cinza se espalham pelo espaço para quem desejar ficar e ler um livro, mas a sensação era de um ambiente em construção. Funcionários ainda organizavam livros nas prateleiras e algumas, como a reservada para “literatura juvenil”, permaneciam vazias.
A visitante Ana Cecília, de 60 anos, relatou justamente essa “sensação de que ainda não está pronto”. Ela disse ainda não ter gostado do acervo composto, principalmente, por best-sellers, livros infantojuvenis e autoajuda. Moradora de Higienópolis há 40 anos, ela foi até o local em busca de um livro do psicanalista Christian Dunker. “Tenho a impressão de que o acervo não é isso. Não tem nenhuma novidade”, afirmou. Ela, porém, elogiou a escolha pelo casarão. “Combina com a livraria”, celebrou.
O ambiente, decorado com figuras em madeira, nas paredes, de pessoas lendo, chama a atenção dos visitantes. Logo na entrada, uma gôndola redonda com best-sellers ocupa o espaço da sala que tem o teto pintado em azul, branco e dourado. Atrás, uma escada em madeira dá acesso ao segundo andar e é iluminada por um vitral decorado.