As ações da empresa de atacarejo Assaí (ASAI3) operaram em forte alta no pregão desta segunda-feira (14), repercutindo o novo posicionamento da Receita Federal sobre o levantamento de bens da companhia para garantir a quitação de débitos fiscais, no âmbito do passivo após processo de cisão do GPA (PCAR3).
O procedimento foi informado no final de setembro. Os papéis sofreram no pregão do dia, caindo 5%.
O papel do Assaí encerrou os negócios com valorização de 6,25%, cotado a R$ 7,14. O do GPA , que chegou a avançar mais de 4%, encerrou o pregão estável, a R$ 3,27.
O J.P. Morgan aponta que o cancelamento do arrolamento de R$ 1,3 bilhão em bens do Assaí ajudará a aliviar as preocupações de investidores sobre eventuais impactos de uma decisão negativa da Receita Federal no caso.
Os analistas do banco americano pontuam que mesmo que o acordo assinado com o GPA à época da cisão não estabeleça solidariedade em passivos, a Receita pode cobrar o Assaí usando a lei caso o GPA não cumpra com as obrigações.
“Apesar disso, mesmo que o balanço atual e geração de caixa do GPA indiquem que a empresa não conseguiria pagar as contingências, essas questões fiscais demoram anos até ser resolvidas”, comenta o banco.
O recuo da Receita no processo retiram ruídos em torno das ações da companhia e de possíveis efeitos negativos que o processo poderia ter em seus negócios, avalia o Citi, em relatório
Os analistas destacam que desde o início era improvável que a Receita Federal avançasse sobre os bens do Assaí, dado que o processo era sobre uma dívida do GPA e não há responsabilidade solidária.
Mesmo assim, o banco nota que as ações do Assaí caem 17% desde o anúncio do arrolamento, dado que o mercado já temia situações do tipo, uma vez que os problemas tributários do GPA são notórios.
Citi e J.P. Morgan têm recomendação neutra para os papéis da empresa, com preços-alvo de R$ 9 e R$ 11, respectivamente.
Com informações do Valor PRO, serviço de notícia em tempo real do Valor Econômico.