Veículo: Revista Quem
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Data: 09/10/2024

Editoria: Shopping Pátio Higienópolis
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Dia da Sobremesa: conheça doces típicos de diferentes países

Quando não é possível colocar o passaporte no bolso e seguir para o aeroporto, há outro jeito mais fácil de sentir um pequeno gostinho do mundo: pela gastronomia. São Paulo é uma cidade riquíssima quando se trata de bares e restaurantes, e neles dá para se transportar para países como Itália, França e Japão por meio de receitas saborosas.

Para comemorar o Dia da Sobremesa nesta quarta-feira (9) selecionamos onde em São Paulo é possível encontrar doces icônicos de diversos países. Confira!

Brasil

 

A gente começa essa viagem partindo do Brasil, país que tem uma confeitaria tão diversa quanto seu povo. Por aqui, ela sofreu muita influência da colonização portuguesa, com suas sobremesas à base de ovos e açúcar, e também dos povos originários, que, com o conhecimento dos nossos recursos naturais, introduziram ingredientes como a mandioca, o milho e as frutas nativas. Dos bolos e cucas do Sul às compotas e doces de tacho típicos do interior, o país está repleto de guloseimas tradicionais encantam paladares há gerações. Hoje, algumas delas fazem bonito tanto em restaurantes mais sofisticados como em bares descolados, a exemplo do pudim. Com raízes que remetem a Portugal e Itália, o doce ganha boas versões no Nou e nos seus descendentes Nou Burguer e Nouzin, onde é servido com calda de caramelo. No BEC Bar, há a versão com leite condensado e com doce de leite.

Pudim de leite do BEC Bar  — Foto: Rodolfo Regini
Pudim de leite do BEC Bar — Foto: Rodolfo Regini

França

 

É consenso entre os estudiosos a importância da confeitaria francesa para o mundo, assim como a importância de Catarina de Médici para a confeitaria francesa. A italiana que se tornou rainha consorte da França ao se casar com o príncipe Henrique, em 1533, promoveu uma revolução nos hábitos alimentares do país. Uma delas foi justamente o de introduzir o conceito de separar os pratos doces dos salgados, já que a prática até então era a de colocar tudo ao mesmo tempo na mesa. Também desvinculou os confeiteiros dos padeiros, criando essa nova especialização. Nos séculos seguintes, a pâtisserie francesa deu ao mundo doces refinados e modernos, como os profiteroles, os macarons e o crème brûlée. Este último, feito basicamente de creme de leite, ovos, açúcar e baunilha, brilha por aqui na hora da sobremesa em casas como o Varanda D.inner, onde o chef Fábio Lazzarini propõe uma cozinha mais autoral. O crème brulèe é também uma das opções do ICI Brasserie, que como bom francês serve também tarte tatin, clássica torta de maçã caramelada.

Crème Brûlée do ICI Brasserie — Foto: Mário Rodrigues
Crème Brûlée do ICI Brasserie — Foto: Mário Rodrigues

Itália

 

Outro berço da gastronomia, a Itália é nossa próxima parada nesta viagem pelas sobremesas do mundo. Ali, data do Império Romano a confecção dos “dolci” a partir de mel e frutas secas. Ao longo da história, outros povos foram dando sua contribuição para a doçaria do país europeu, como árabes e suas especiarias, e no Renascimento ela atingiu seu auge, com a nobreza buscando demonstrar poder e riqueza com seus extravagantes banquetes onde as sobremesas ganhavam status de arte. As receitas italianas açucaradas que mais se popularizaram por aqui, no entanto, surgiram muitos e muitos anos mais tarde, como o tiramisù. Conta-se que essa combinação de biscoito embebido em café e creme de mascarpone teria nascido nos bordéis da região de Veneza, que nos anos 50 passaram a oferecer o doce como uma espécie de estimulante para seus clientes. Verdade ou mito, ele ganha diversas versões em restaurantes italianos da capital, como a pizzaria La Braciera, o Modern Mamma Osteria, dos chefs Salvatore Loi e Paulo Barros, e o Piccini Cucina, que tem cozinha comandada por Ney Alves. Originário da Sicília, uma ilha no sul da Itália, o cannolo é outro doce que ficou conhecido por aqui. Entre os restaurantes que servem esse tubinho de massa recheado de creme estão A Pizza da Mooca e o Nonna Rosa.

Tiramissu do Piccini Cucina — Foto: Raul da Mota
Tiramissu do Piccini Cucina — Foto: Raul da Mota

Japão

 

Não foram só os sushis, os sashimis e os lámens que os japoneses exportaram para o mundo. A ilha asiática conhecida por sua gastronomia cheia de delicadeza também é a origem de doces como o mochi, um bolinho feito de arroz de aspecto elástico e glutinoso. Ele popularizou no Japão com a introdução do cultivo do arroz, há 3 mil anos, e por aqui brilha em restaurantes como o Murakami, onde o chef Tsuyoshi Murakami o serve nas versões tangerina e chocolate 42%, e o moderno , no Itaim Bibi, com duplas nos sabores doce de leite, lichia ou Nutella. Também tradicional por lá, a confeitaria yogashi é um ramo que adapta receitas ocidentais para o gosto oriental. Um exemplo é a choux cream, que tem por base a massa típica da éclair e recheio igualmente cremoso, mas com menos açúcar e textura mais leve. Entre os lugares para se provar uma boa choux por aqui, estão o Watanabe Restaurante e o restaurante Trio – neste último, de pegada contemporânea, ele é servido com sorvete de chocolate meio-amargo, caramelo salgado e calda quente de chocolate.

Mochi do Yū — Foto: Rubens Kato
Mochi do Yū — Foto: Rubens Kato

Líbano

 

Quem já experimentou, sabe: a confeitaria libanesa, e a árabe em geral, é generosa, bastante açucarada e com muitas caldas. Nozes, pistache, damasco, tâmaras e mel são recorrentes, e um lugar em São Paulo para provar bons exemplares das receitas é o Arabia. Um dos endereços mais tradicionais da especialidade, que há quase 40 anos acumula prêmios na mídia especializada, o restaurante de Leila Youssef serve preciosidades como o ataif. Espécie de pastel cuja massa lembra um crepe, o doce é servido morno e pode ter recheio de nata ou nozes e canela. Outro que faz sucesso é o knefe, uma crocante massa de cabelinho de anjo recheada com creme de nata e pistache. Tudo é regado com calda de flor de laranjeira para realçar seu sabor.

Knefe do Arabia — Foto: Ingá
Knefe do Arabia — Foto: Ingá

Portugal

 

Que tal uma “passadinha” em Portugal para provar um dos doces mais populares que eles nos deixaram de herança? Apesar de os franceses fazerem uma popular versão chamada pain perdu – algo como “pão perdido” – a rabanada de sotaque lusitano virou presença obrigatória no Natal brasileiro. O docinho de pão amanhecido e frito, no entanto, tem lugar cativo o ano todo em bares como o Original, ponto tradicionalíssimo de Moema onde ele é servido com sorvete de creme.

Rabanada com sorvete do Original — Foto: Divulgação
Rabanada com sorvete do Original — Foto: Divulgação

Peru

 

Ainda que seja nosso vizinho, o Peru é dono de uma gastronomia riquíssima que ainda é um tanto desconhecida para nós. Nos últimos tempos, algumas receitas salgadas de lá, como o ceviche, até ganharam espaço por aqui, mas o mesmo não se pode dizer da confeitaria. O bom é que há lugares em São Paulo que se dedicam a servir os doces típicos de lá, como o restaurante peruano Ama.zo. Com duas unidades, uma em um casarão histórico no centro de São Paulo e outra no Shopping Pátio Higienópolis, tem “postres” como o suspiro limeño, que tradicionalmente combina creme com merengue e que na versão do chef Enrique Paredes é feita de doce de leite peruano, suspiro desidratado de quinoa e togarashi, praliné e sorvete de chocolate. Tem ainda o tres leches, um bolo de limão embebido em molho de três leites infusionado com cardamomo, crumble de cumaru, gelato artesanal de leite, caju e pisco e finalizado com papéis crocantes de nozes.

Suspiro Limeno do Ama.zo — Foto: Luiz Morales Tineo
Suspiro Limeno do Ama.zo — Foto: Luiz Morales Tineo

Espanha

 

A Espanha é uma terra rica em cultura, história e, é claro, em gastronomia. E, assim como acontece com as receitas salgadas, podemos encontrar sobremesas típicas em cada uma das regiões do país. A crema catalana, como o próprio nome sugere, tem origem na Catalunha. Por aqui, esse doce bastante similar ao crème brulèe francês pode ser encontrado no ibérico Tuy Cocina. Já a tarta basca é uma versão bem cremosa da cheesecake americana e tem origem no País Basco, região autônoma no norte da Espanha. Popularizada a partir dos anos 1990, por aqui ela figura no menu de casas como o Ella|Fitz, restaurante da dupla Salvatore Loi e Paulo Barros, e o bar Flora, especializado em alta coquetelaria.

Tarta basca do Ella Fitz — Foto: Pedro Shutter
Tarta basca do Ella Fitz — Foto: Pedro Shutter

Estados Unidos

 

Conta a história que o milk shake foi criado nos Estados Unidos, e que originalmente era uma espécie de tônico feito com whisky e ovos. Hoje a receita é outra – ainda bem! -, e a adocicada combinação de sorvete com um tiquinho de leite logo se popularizou nas hamburguerias, inclusive por aqui. Até hoje ela suscita o debate: é um acompanhamento para o lanche ou uma sobremesa? Seja como for, na Lanchonete da Cidade o milk shake ganha versões como o merengo, de sorvete de morango batido, calda de morango da casa, mais merengue e chantilly na finalização. Há também os sabores clássicos: creme, chocolate e Ovomaltine.

Milk Shake da Lanchonete da Cidade — Foto: Mário Rodrigues
Milk Shake da Lanchonete da Cidade — Foto: Mário Rodrigues

Austrália/Nova Zelândia

 

Nessa última parada desta viagem pelas sobremesas do mundo, por que não provar uma autêntica pavlova? Diferentemente do que o nome possa sugerir, essa tradicional sobremesa à base de merengue e frutas frescas não tem origem russa. Na verdade, dois países disputam a paternidade: Austrália e Nova Zelândia. Sua criação está ligada à turnê da bailarina russa Anna Pavlova pelos dois países da Oceania, em 1926. Acredita-se que, na época, os figurinos da bailarina inspiraram os confeiteiros a criarem uma nova sobremesa “branca como a neve”. Há quem diga que hoje, pelo mundo, existam mais de 600 variações do doce. Por aqui, ele pode ser encontrado no mediterrâneo Èze, em uma versão com creme de chocolate branco, frutas silvestres e sorbet de frutas vermelhas, e também na padaria St. Chico.

Pavlova do Èze — Foto: Tati Frisson