Veículo: Valor Econômico
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Data: 08/10/2024

Editoria: Shopping Pátio Higienópolis
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Brasileiros lideram preocupação com finanças pessoais e rumos da economia

Os consumidores brasileiros andam bastante preocupados com a economia, em um nível muito acima do registrado em outras nações analisadas pela pesquisa semestral “A Slow Recovery for Consumer”, realizada pelo Boston Consulting Group (BCG).

O levantamento revela que cerca de 40% da população do país está apreensiva tanto com a realidade econômica nacional quanto com suas finanças pessoais. Em média, nos demais países participantes, 2% das pessoas estão aflitas com a situação econômica geral, e 16%, com suas próprias finanças.

Foi calculada a diferença entre as pessoas que estão preocupadas e as que não estão. Por isso, alguns índices são negativos, pois, nesse caso, os não preocupados superam os demais, casos de China e Índia, que pontuaram -59 e -42, respectivamente, na preocupação sobre a realidade econômica de seus países.

O estudo entrevistou 6 mil consumidores de Brasil, Índia, Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido e China.

Apesar de um nível muito díspar em comparação com outros países, a realidade brasileira não é tão preocupante, segundo Candice Mascarello, diretora-executiva e sócia do BCG. O Brasil se manteve estável na comparação com o segundo semestre de 2023, enquanto os outros países melhoraram. O levantamento ressalta que o brasileiro está otimista em relação ao futuro em termos de finanças e economia.

Candice explica que o conhecimento sobre os sentimentos da população acerca dos temas econômicos é importante para as empresas ajustarem as suas estratégias, pois “o fato de os consumidores se sentirem bem ou mal em relação à sua situação financeira pessoal desempenha um papel importante nos seus gastos”.

“Ao reconhecerem o papel desempenhado pelos sentimentos das pessoas referente ao consumo e terem isso quantificado em dados, as organizações podem determinar como gerir a sua carteira de produtos e serviços”, diz.

O rendimento financeiro também desempenha um papel na preocupação da população. Sobretudo nos três países emergentes – Brasil, China e Índia -, onde a desigualdade social é maior. Em geral, nesta situação, os consumidores da classe média e os “aspirantes” dessa camada social têm um sentimento menos positivo sobre sua situação.

A pesquisa também mostra que, majoritariamente, os consumidores brasileiros dizem que estão gastando mais e que planejam aumentar ainda mais os seus gastos em determinadas categorias. Isso ocorre por variadas razões, em especial pelo impacto da inflação.

Cerca de 26% da população brasileira atribuiu o aumento dos gastos à inflação, enquanto 19% dizem ter aumentado despesas de maneira deliberada. Não variaram os gastos 33%, ao passo que 22% os reduziram. Destacam-se o aumento de gastos com carro, cuidados com a pele, viagem de lazer, seguro e tecnologias móveis. Na contramão, as pessoas planejam economizar em serviços móveis, bebidas, luxo, lanches e jantares.