Enquanto o processo de criação de um império do segmento pet se desenrola entre a Cobasi e a Petz (PETZ3), os investidores das duas empresas dão sinais de animação sobre a operação de gigantes.
Em comunicado ao mercado nesta quarta-feira (18), a Petz divulgou que dois acionistas da companhia parceira agora detêm uma parcela significativa de suas ações.
A Kinea Private Equity e a Tefra Participações – da família Nassar –, acionistas da Cobasi, compraram 26.720.500 ações da Petz, equivalente a uma participação de 5,8% na empresa.
Mas não foi só do lado da Cobasi que houve compra de participações recentemente. O CEO da Petz, Sergio Zimerman, anunciou, na última semana (10), que agora tem 33% dos papéis da varejista de produtos para animais.
O mercado também segue de olho nos papéis. A ação sobe mais de 2% nesta quarta-feira e está entre as maiores altas do Ibovespa no dia. No que vai de 2024, PETZ3 acumula valorização de 27,9%.
Embora a apreciação no ano seja expressiva, o CEO da companhia entende que os papéis estão subprecificados.
Em entrevista concedida ao E-Investidor no fim de agosto, Zimerman afirmou que a ação “ainda está abaixo do que seria correto” e o patamar atual “não faz sentido”, considerando o processo de fusão com a Cobasi.
Em que pé está o processo de fusão entre as duas gigantes dos pet shops?
A fusão entre a Cobasi e a Petz entrou no radar do mercado no último ano, mas os “burburinhos” entre as duas companhias já circulam desde 2019.
Em agosto deste ano, as empresas chegaram a um acordo de troca de ações para a fusão e criação de um “império” no segmento.
A Cobasi e a Petz são as principais companhias de produtos para pets e pretendem criar a maior rede do setor no país.
A estimativa é de que esta nova empresa, fruto da possível fusão, terá:
- Receita líquida de R$ 6,9 bilhões;
- Ebitda de R$ 464 milhões;
- 494 lojas espalhadas pelo Brasil;
- 15 hospitais veterinários; e
- Mais de 20 marcas próprias de produtos para animais de estimação.
O que está combinado por enquanto é que os acionistas da Petz terão 52,6% da nova empresa. Já os investidores da Cobasi ficarão com os 47,4% restantes da companhia.
Além disso, durante o processo, os acionistas da Petz receberão R$ 400 milhões. R$ 130 milhões desse valor serão distribuídos por meio de dividendos pagos antes da conclusão da fusão e R$ 270 milhões ao fim da negociação, com a correção do CDI no período.
Operação das gigantes ainda deve passar por aprovação do Cade
Embora o mercado e os controladores das duas empresas sinalizem animação sobre a fusão, o processo ainda vai tramitar em aprovação do Cade.
A expectativa, segundo as companhias, é que a avaliação do órgão seja concluída somente em 2025 e as sinergias da nova empresa comecem a ser capturadas até 2026, a depender da aprovação do regulador.