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Data: 16/09/2024

Editoria: Shopping Pátio Higienópolis
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Mercado financeiro hoje: 4 pontos para entender o panorama das bolsas em semana de decisão de juros

A Super Quarta, dia das decisões sobre juros no Brasil e nos Estados Unidos, é o destaque desta semana. China, Inglaterra e Japão também concluem suas reuniões de política monetária esta semana. Nesta segunda-feira (16), o mercado financeiro hoje acompanha o boletim Focus, enquanto no exterior tem o índice de atividade industrial Empire State dos EUA de setembro.

Internamente, as preocupações fiscais estão no foco da agenda hoje após o ministro Flávio Dino autorizar o governo a usar crédito extra no combate a incêndios, e antes da divulgação do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do quarto bimestre.

Enquanto isso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve se reunir com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para discutir mais ações para o combate aos incêndios.Na terça-feira (17), é esperado o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) de setembro e vendas do varejo dos EUA. Na quarta-feira (18), o índice de preços ao consumidor (CPI) da zona do euro e do Reino Unido.

Juros

Nos EUA, a expectativa é de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) corte juros pela primeira vez desde o início da pandemia de covid-19, em 2020.

As apostas de que o banco central americano reduza a taxa básica em 50 pontos-base na quarta-feira (18) foram ampliadas, segundo a plataforma do CME Group, que monitora o comportamento da curva futura.

 

Na Inglaterra, o banco central deve pausar o ciclo de relaxamento monetário. Na China, é esperado o anúncio de mais medidas de estímulo após resultados fracos de indicadores divulgados no final de semana, como os dados do varejo, da indústria e do setor imobiliário.

No cenário local, a maioria do mercado ainda aposta em um aumento de 0,25 ponto percentual na Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

Bolsas internacionais

O tom é de moderação e indefinição nos mercados nesta segunda-feira de agenda fraca, que ganhará força nos próximos dias, sobretudo por conta das decisões de juros de importantes bancos centrais.

dólar caiu abaixo da marca de 140 ienes pela primeira vez desde julho de 2023, em meio à expectativa de estreitamento do diferencial de juros entre Estados Unidos e Japão, que decidirá sua taxa na sexta-feira (20), enquanto o ouro atingiu novo recorde histórico.

Em Nova York, destaque para o avanço das ações da Intel (ITLC34) no pré-mercado, impulsionadas pela expectativa de que a empresa receba US$ 3,5 bilhões em subsídios para fabricar chips para os militares dos EUA.

Além disso, as ações da Trump Media & Technology subiam mais de 3% após o FBI tratar um incidente como uma possível tentativa de assassinato do ex-presidente Donald Trump, atual candidato republicano à Casa Branca.

Enquanto isso, as Bolsas da Europa operam com viés negativo à espera das decisões de Fed e Banco da Inglaterra.

Commodities

petróleo opera em alta, mas sofre pressão diante dos novos dados fracos da China, enquanto o país ainda está em feriado, o que representa um risco adicional. Por causa do fechamento das bolsas chinesas, o minério de ferro não foi negociado.

Mercado brasileiro

A indefinição nos índices de ações no exterior e a leve alta do petróleo podem não ser suficientes para impulsionar o Ibovespa na abertura.

Ao mesmo tempo, eventuais revisões para cima nas projeções de inflação e da taxa Selic no Boletim Focus desta segunda-feira podem pressionar o Índice Bovespa para baixo e elevar os juros futuros, mesmo com a queda nos rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) nesta manhã.

Apesar do enfraquecimento do dólar no exterior frente a outras moedas, o real pode encontrar dificuldades para se valorizar.

Os ativos brasileiros tendem a ser afetados por novos sinais de descumprimento do arcabouço fiscal. Com a crise climática no Brasil, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de crédito especial fora do arcabouço fiscal para enfrentar a devastação causada pelos incêndios.

A medida pode aumentar a desconfiança do mercado financeiro hoje em relação ao controle das contas públicas, o que poderia exigir uma alta maior da taxa Selic.