Segundo alguns analistas, esse indicador de emprego deve ser determinante para o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) determinar o tamanho do corte de juros por lá. Agora pela manhã, o mercado ainda repercute o PIB do segundo trimestre da zona do euro, que cresceu abaixo do esperado. No Brasil, o dia é de agenda vazia.
Ao longo dos últimos dias, vários indicadores de emprego americanos deram sinais de que a economia está, finalmente, arrefecendo por lá. Para quem não se lembra, foram justamente os dados de emprego fortes e persistentes do começo do ano que incentivaram que Fed adiasse o corte de juros por lá. Isso porque, um mercado de trabalho forte, tende a trazer consigo mais pressão inflacionária, que era a preocupação principal da autoridade monetária.
Agora, no entanto, o quadro mudou. Na quarta-feira (4), saiu o relatório Jolts, que mostrou que o número de vagas de trabalho abertas nos Estados Unidos caiu para 7,7 milhões em julho, diante do número revisado de 7,9 milhões em junho. Já ontem (5), a pesquisa ADP mostrou que o número de vagas de empregos criadas no setor privado nos EUA em agosto foi de 99 mil. O consenso esperado pelo mercado era de que 140 mil vagas seriam criadas. Portanto, além de mostrar uma desaceleração ante julho (quando foram criados 111 mil novos postos), o número também veio menor do que o previsto.
Assim, para encerrar a semana com chave de ouro, hoje, às 9h30 de Brasília saem os dados do “payroll”, que mostrarão a criação de empregos em agosto, além da taxa de desemprego e do salário médio por hora. Caso esse indicador também mostre um arrefecimento, boa parte do mercado tende a apostar em um corte mais forte nos juros americanos na reunião da próxima semana, já que a economia desacelerando abre espaço para um incentivo monetário maior.
Além dos Estados Unidos, hoje o mercado também repercute o PIB da zona do euro no segundo trimestre deste ano. Segundo a leitura final divulgada pela agência de estatísticas da União Europeia, a Eurostat, o Produto Interno Bruto (PIB) da região cresceu 0,2% ante o primeiro trimestre de 2024 e registrou alta de 0,6% na comparação com o mesmo período de 2023.
O indicador, no entanto, veio aquém do esperado. Na comparação trimestral, a expectativa era de uma alta de 0,3%. No entanto, ao mesmo passo em que os dados mostram que a recuperação econômica ainda está lenta, ele também dá indícios de que, nesse cenário, não há tantas pressões inflacionárias assim. Portanto, o Banco Central Europeu (BCE) pode ter espaço para cortar mais os juros por lá.
Para quem não se lembra, após promover o primeiro corte de juros desde 2019 na reunião do começo de junho, a autoridade monetária manteve os juros no mesmo patamar na reunião do meio de julho, reforçando o comportamento de que está “esperando para ver”. Agora, resta ao mercado aguardar os próximos dados e a próxima reunião.