Pesquisadores do Cold Spring Harbor Laboratory (CSHL), em Nova York, descobriram que as células cancerígenas ativam um caminho alternativo para gerar um metabólito chamado alfa-cetoglutarato, derivado da glutamina. Isso permitiu que elas continuassem produzindo energia e se expandindo.
“Isso nos levou a questionar se poderíamos explorar essa adaptação para terapias contra o câncer”, afirmou Michael Lukey, professor assistente do CSHL. “Poderíamos focar no metabolismo da glutamina? Sabemos que as células se adaptam a isso. Então, poderíamos inibir simultaneamente essa resposta adaptativa?”
Os pesquisadores, então, mudaram a abordagem. Em vez de simplesmente remover a glutamina, concentraram-se em inibir as vias metabólicas que permitem às células se adaptarem à falta do aminoácido. De acordo com o estudo, essa estratégia foi eficaz em matar células de câncer de mama em placas de laboratório, contendo tecidos de pacientes humanos, e em camundongos.
Os tumores pararam de crescer e até encolheram com a nova abordagem, e os animais permaneceram saudáveis.
Atualmente, os inibidores dessas vias metabólicas — tanto da glutamina quanto do processo adaptativo das células — estão sendo avaliados em estudos adicionais. Lukey destaca que essas vias podem ser particularmente importantes para a metástase do câncer de mama para tecidos difíceis de tratar.
“Metástases cerebrais, em particular, não têm tratamentos eficazes”, explica Lukey. Ele espera que a terapia combinada desenvolvida em seu laboratório possa melhorar a eficácia dos inibidores do metabolismo da glutamina na prática clínica, potencialmente levando a novos tratamentos eficazes que visem os vícios metabólicos do câncer.