Veículo: Portal Plural
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Data: 05/09/2024

Editoria: Américas Amigas
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Estudo revela nova estratégia para eliminar células de câncer de mama

Estudos anteriores mostraram que remover a glutamina ou impedir sua conversão em metabólitos pode interromper o crescimento das células cancerígenas em laboratório. No entanto, ensaios clínicos recentes indicaram que células de câncer de mama podem se adaptar e encontrar formas alternativas de sobreviver mesmo quando privadas de glutamina.

Pesquisadores do Cold Spring Harbor Laboratory (CSHL), em Nova York, descobriram que as células cancerígenas ativam um caminho alternativo para gerar um metabólito chamado alfa-cetoglutarato, derivado da glutamina. Isso permitiu que elas continuassem produzindo energia e se expandindo.

“Isso nos levou a questionar se poderíamos explorar essa adaptação para terapias contra o câncer”, afirmou Michael Lukey, professor assistente do CSHL. “Poderíamos focar no metabolismo da glutamina? Sabemos que as células se adaptam a isso. Então, poderíamos inibir simultaneamente essa resposta adaptativa?”

Os pesquisadores, então, mudaram a abordagem. Em vez de simplesmente remover a glutamina, concentraram-se em inibir as vias metabólicas que permitem às células se adaptarem à falta do aminoácido. De acordo com o estudo, essa estratégia foi eficaz em matar células de câncer de mama em placas de laboratório, contendo tecidos de pacientes humanos, e em camundongos.

Os tumores pararam de crescer e até encolheram com a nova abordagem, e os animais permaneceram saudáveis.

Atualmente, os inibidores dessas vias metabólicas — tanto da glutamina quanto do processo adaptativo das células — estão sendo avaliados em estudos adicionais. Lukey destaca que essas vias podem ser particularmente importantes para a metástase do câncer de mama para tecidos difíceis de tratar.

“Metástases cerebrais, em particular, não têm tratamentos eficazes”, explica Lukey. Ele espera que a terapia combinada desenvolvida em seu laboratório possa melhorar a eficácia dos inibidores do metabolismo da glutamina na prática clínica, potencialmente levando a novos tratamentos eficazes que visem os vícios metabólicos do câncer.