12 exposições de arte e design para o fim de semana, em SP

Sob olhar curioso, a diversidade de perspectivas e estilos, desde a fusão de arte e design até a exploração da relação fazem parte desta seleção. Algumas destas mostras se complementam, caso de Julio Le Parc e Carlos Cruz-Diez, que investigam a interação entre cor, luz e movimento dentro da arte cinética. Outras, como as exposições de Frans Krajcberg e Aline Bispo, oferecem uma reflexão profunda sobre a conexão com a natureza e o sagrado – embora, a partir de contextos culturais e expressões artísticas distintas. Diálogos e contrastes fazem parte desta seleção de arte contemporânea, que vale a visita. Deslize para mais!

Megumi Yuasa
A primeira exposição individual de Megumi Yuasa na Gomide&Co. abre as portas nesta quinta (22.08). A mostra é uma parceria do artista Alexandre da Cunha, da arquiteta Jaqueline Lessa e da pesquisadora Rachel Hoshino, com obras que começam no final da década de 1970 até peças inéditas deste ano. Megumi, que não realizava uma exposição individual desde 1998, traz à tona uma linguagem própria, misturando argila, metais e outros materiais em esculturas que exploram a conexão profunda entre o ceramista e a terra. A exposição, que faz parte de um programa da galeria voltado à cerâmica, criando uma experiência visual única e interdisciplinar.

Arte e Meio Ambiente
A exposição inédita Frans Krajcberg: A morada humana inaugura a Casa Seva com esculturas, pinturas e gravuras do renomado artista polonês, mas naturalizado brasileiro. Com obras produzidas entre as décadas de 1960 e 2000, a curadoria é de Carolina Pileggi. A mostra é um tributo ao compromisso do artista com a defesa da natureza, oferecendo uma reflexão sobre a interação entre seres humanos e o meio ambiente. Em destaque, uma escultura de madeira branca que não era exibida há 50 anos. O novo espaço cultural da cidade é dedicado à sustentabilidade, arte e cultura.

Cinzas da Manhã
Matías Duville apresenta sua primeira individual, intitulada Cenizas de Mañana, na Casa Triângulo, em São Paulo. Com curadoria de Jacopo Crivelli Visconti, a mostra explora a complexa relação entre paisagem e ausência humana, característica do trabalho do artista argentino. Duville utiliza desenhos, pinturas e instalações para representar um mundo pós-apocalíptico, onde vestígios da ação humana são evidentes, mas as figuras humanas são quase ausentes. O artista desafia a percepção tradicional, criando obras que vibram entre a fisicalidade do desenho e a fluidez da pintura, convidando o espectador a explorar esse universo desolado e, ao mesmo tempo, familiar.

Cor e Movimento
A franquia paulista da galeria Nara Roesler apresenta a exposição Julio Le Parc: Couleurs, com aproximadamente 50 obras inéditas e recentes do renomado artista cinético, que segue em atividade aos 96 anos. Nascido em Mendoza, Argentina, e radicado em Paris desde os anos 1950, explora a interação entre cor, luz e movimento em suas pinturas, desenhos, móbiles e estruturas luminosas. Entre as obras trazidas a São Paulo, destaca-se a série Alquimias (2024), composta por 13 pinturas que, de longe, parecem nuvens cromáticas, mas revelam partículas de cor em uma composição meticulosa quando vistas de perto. A exposição também inclui obras tridimensionais como Mobile Color (2024), de grandes dimensões que interage com o espaço, e as estruturas luminosas Continuel lumière e Continuel lumière – verte (1960/2023), que criam efeitos luminosos ascendentes. É uma imersão ao universo poético e experimental de Le Parc.Cor, luz e movimento
Carlos Cruz-Diez apresenta uma individual inédita na Simões de Assis, que celebra seus 40 anos, a partir de sábado (24.08). A mostra marca o centenário do artista venezuelano, um dos principais precursores da arte cinética, e foca na série Physiocromias. Entre os destaques, está a obra Laberinto de Transcromía (1965-2017), uma grande instalação que cria efeitos visuais conforme o visitante interage com o espaço. Com texto de Mariane Beline e expografia de Pascali Semerdjian Arquitetos, a mostra explora a pesquisa do artista sobre o comportamento da cor, a percepção visual e a relação entre cor, luz e movimento.

Novas perspectivas
A coletiva A gente ama o que não conhece, organizada pela Vandl Art em parceria com a MITS Galeria, reúne sete artistas com curadoria de Victor Valery. A exposição abre nesta quinta (22.08) e apresenta 15 obras entre telas, esculturas e fotografias, explorando a ideia de que o amor e a apreciação podem emergir do desconhecido. A mostra desafia a máxima de Santo Agostinho, ao sugerir novas perspectivas e ângulos por meio das criações de artistas como Brenda Nicole, Emilia Brandão, Jamex, Josh Brandão, Raquel Pater, Ricardo Bueno e Vivi Rosa. A curadoria articula debates contemporâneos sobre identidade, abstração e memória cultural, promovendo um espaço de experimentação e de crítica.

Metáforas do inconsciente
Arte132 Galeria apresenta a exposição Transmutação e metáforas do inconsciente, do escultor italiano Renato Brunello. Com curadoria de Laura Rago, a mostra traz 22 obras inéditas que exploram a fusão entre a tradição italiana e a cultura brasileira, refletindo na composição das obras a partir de materiais utilizados por Brunello em suas criações e adaptadas ao Brasil. Radicado no País desde os anos 1970, o artista incorpora influências da arte popular nordestina e da arquitetura vernacular, trabalhando com mármore e madeira de maneira inovadora e expressiva. O recorte da mostra permite mostrar o trabalho de Brunello em criar uma interação fluida com o ambiente, revelando a força expressiva da técnica e a profundidade do inconsciente em suas esculturas.

Somatória de Forças
Aline Bispo, eternizada por sua arte na capa de Torto Arado, abre a individual Somatória de Forças na Luis Maluf Galeria, na Barra Funda, neste sábado (24.08). Com curadoria de Alexandre Araujo Bispo, apresenta obras inéditas e outras produzidas nos últimos cinco anos, explorando o sincretismo religioso e a relação entre arte e o sagrado afro-brasileiro. Entre os destaques estão as obras Ogunté (2024), que faz referência à força guerreira de Iemanjá, e Mães da Boa Morte (2023), com ode à Irmandade da Boa Morte, coletivo de mulheres negras no Recôncavo Baiano. A exposição é o retrato da pesquisa da artista sobre as complexas interseções entre identidade, fé e cultura.

Olhar feminino
A exposição coletiva A Extensão Através do Olhar abre as portas neste domingo (25.08) e segue em cartaz até a próxima quinta, na sede da ONG Ten Yad, em São Paulo. O coletivo apresenta aproximadamente 50 obras das artistas Flávia Matalon, Greicy Kafif, Michelle Rosset e Taly Cohen. Com curadoria da Nata Art&Design, a mostra explora temas como estética, questionamento e debate, abordados sob perspectivas femininas – parte da renda será destinada à ONG que recebe a expo em seu espaço. Cada artista traz uma abordagem diferente, desde a leveza das aquarelas de Flávia até a fusão de cores e formas minimalistas de Taly, refletindo a diversidade e profundidade de suas expressões artísticas.

Matéria Prima
Gisela Colón ganha sua primeira exibição institucional com a mostra Matéria Prima, no Instituto Artium, em São Paulo. A expo reúne esculturas da artista, com abertura para este domingo (25.08). O recorte explora o trabalho ecofeminista que aborda questões ecológicas, cósmicas e universais. As obras incluem esculturas e instalações monumentais que exploram a percepção humana, utilizando materiais de alta tecnologia – a exemplo dos acrílicos ópticos e fibra de carbono. Organizada pelo curador Simon Watson, a mostra provoca um diálogo entre as esculturas luminescentes e a arquitetura histórica do Palacete Stahl, onde os jardins do Instituto são transformados por monólitos parabólicos representando o futurismo, em uma dicotomia com referências culturais ancestrais. Simultaneamente, a artista porto-riquenha-americana exibe O Quarto Estado de Matéria, mostra na Galeria Raquel Arnaud, com curadoria de Marcello Dantas.

Arte + design
Como parte do Circuito Cultural da SP-Arte Rotas Brasileiras 2024, a exposição Referências Brasileiras, Athos Bulcão e Oscar Niemeyer, diálogos modernos e contemporâneos será inaugurada às vésperas da feira, na próxima terça (27.08). Organizada pela Herança Cultural e pelo Instituto Iadê de Arte e Design, a mostra explora as intersecções entre arte e design, destacando obras do célebre arquiteto, incluindo a peça inédita Mesa Vera, em vidro. Além disso, a exposição inclui móveis de grandes nomes do design brasileiro, como Sergio Rodrigues e Joaquim Tenreiro, e obras de artistas contemporâneos como Waleska Reuter e Carlos Mélo.

Arte calculada
A exposição Writing, Painting, Calculating, Transcoding do grupo belga LAb[au] toma conta da DAN Galeria Contemporânea, a partir de 31 de agosto. A mostra explora a interseção entre arte, ciência e tecnologia, onde cada obra funciona como uma ponte. Formado por Manuel Abendroth e Jérôme Decock, a dupla investiga a relação entre arte e linguagem, reinterpretando formas tradicionais de comunicação e expressão através da tecnologia moderna. A exposição marca a primeira oportunidade para o público brasileiro ver o conjunto completo de obras deles, conhecidos por sua abordagem inovadora que combina números, algoritmos e expressão artística.

Arte no shopping
A exposição inédita Laços, criada pela artista plástica Adrianna Eu com curadoria de Marcello Dantas, está em cartaz no Shopping Pátio Higienópolis. A instalação, idealizada especialmente para o aniversário de 25 anos do centro de compras, ocupa 250 metros quadrados do Vão Central com cerca de 40 milhões de metros de linhas vermelhas entrelaçadas, que simbolizam a linha do Equador que “abraça” o planeta.

A 5ª edição do projeto Pina no JK exibe as obras Pra quê? de Eliane Prolik e Entre Vistas, de Claudia Jaguaribe, ambas parte do acervo da Pinacoteca. As obras exploram temas contemporâneos, contrastando a massificação urbana com registros íntimos dos ambientes domésticos. A instalação de Eliane utiliza placas de veículos para criar uma reflexão sobre a urbanidade e a publicidade, enquanto Claudia retrata a relação dos habitantes de São Paulo com a cidade a partir de janelas.