Manhã no mercado: PPI dos EUA deve guiar ativos, enquanto rumo da Selic segue no foco local

É com ansiedade que o mercado aguarda o resultado de julho do índice de preços ao produtor (PPI) dos Estados Unidos, que pode dar aval a uma continuidade do rali observado desde a semana passada ou indicar uma pausa no processo de recuperação dos ativos de risco. A expectativa do mercado é de uma alta de 0,2% do índice “cheio” e também de 0,2% no núcleo do PPI, que exclui os preços de alimentação e de energia. Nesta manhã, os rendimentos dos Treasuries, os futuros das bolsas de Nova York e o dólar rondam a estabilidade, com viés de alta.
O comportamento do PPI americano tende a se refletir, ainda, na dinâmica dos ativos domésticos, embora o debate sobre os rumos da política monetária deva seguir no foco dos participantes do mercado. Ontem, novas declarações do diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, fortificaram a sensação de que uma elevação na Selic está sobre a mesa, no momento em que parte do mercado começa a abraçar a possibilidade de uma alta nos juros, talvez com um ciclo que já se inicie em setembro.
Se, antes, apenas XP Asset Management, Novus Capital e Reag Investimentos vislumbravam o cenário, agora cada vez mais instituições financeiras têm adotado já como cenário-base uma elevação na Selic. Entre elas, estão Legacy Capital, Itaú Asset Management, JGP e Oriz Partners.
O comportamento da atividade econômica, caso siga forte, pode dar aval à manutenção da precificação de altas nos juros à frente. Nesse sentido, o resultado do volume de serviços prestados em junho, às 9h, deve ser acompanhado com atenção pelos agentes financeiros. A expectativa é de um crescimento de 0,8% na margem. E, ao longo do dia, novos sinais de diretores do Banco Central serão acompanhados com atenção. Estão previstas falas do presidente do BC, Roberto Campos Neto, às 10h, e dos diretores Gabriel Galípolo (13h45), Renato Dias Gomes (18h15) e Diogo Guillen (19h50).