Veículo: Mercado & Consumo
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Data: 29/07/2024

Editoria: Sem categoria
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Serviços e soluções transformando o presente e o futuro do varejo

Em escala global, essa visão fica comprovada pelo aumento da participação do setor de serviços no PIB dos países.

 Nas economias mais desenvolvidas, os serviços contribuem com mais de 70% do Produto Interno Bruto (PIB), setor que inclui atividades como serviços financeiros, educação, saúde, cuidados pessoais, alimentação, tecnologia da informação, turismo, comércio, varejo e outros.

 Nos Estados Unidos, o setor de serviços é responsável por aproximadamente 80% do PIB. Na União Europeia, a média é similar, representando entre 70% e 75%. Países como o Reino Unido, França e Alemanha têm participação do setor de serviços também na faixa de 70% a 80%.

 Essa participação do setor de serviços reflete a evolução desses países, que passaram por uma transição de economias baseadas na agricultura e na manufatura para economias centradas em serviços ao longo do tempo.

 No caso do Brasil, a participação do setor de serviços no PIB também tem aumentado ao longo das décadas. Em 1974, a participação dos serviços no PIB brasileiro era de 47%, bem menor do que é hoje, por conta de uma economia muito focada na agricultura básica e na indústria. 

 Em 2000, a participação dos serviços no PIB já havia crescido para 62% e, atualmente, representa perto de 70% do PIB do País, com potencial de maior participação nos próximos anos, por conta de transformações envolvendo urbanização, mudanças de hábitos e aspectos demográficos, com aumento da idade média da população. Em paralelo, o aumento da oferta de alternativas para consumidores que têm novas demandas.

 No caso brasileiro, a perda de participação do setor industrial é fator alinhado com outras economias. Há 50 anos, representava 35% do PIB. Caiu para 27%, em 2000, e hoje representa 20%, num processo quase que inevitável, precipitado pela transformação estrutural da economia.”

Todo esse processo trouxe para o comércio e o varejo a necessidade, mais do que a oportunidade, de repensar modelos de negócios e de atuação.

Na área de alimentação, que é o maior percentual dos gastos familiares, a crescente participação da alimentação preparada fora do domicílio, o foodservice, é marcante. Em1974, representava perto de 7% do total dos dispêndios com alimentos. Em 2000, esse percentual cresceu para 24% e, atualmente, é de 34%, em recuperação do período pós-pandemia. 

É possível estimar que esse percentual se aproxime dos 40% ou até 45%, em 2030, pela velocidade e intensidade de mudanças que temos observado.

Nos Estados Unidos, esse percentual é de 48%. E o foodservice já representa entre 15% e 20% do faturamento dos supermercados e supercenters, e estimulou a Nordstrom, a tradicional rede de lojas de departamentos upscale, a operar perto de 400 restaurantes ou cafés integrados em suas lojas.

Outros exemplos de supermercados com forte operação e diferenciação no foodservice podem ser vistos no Whole Foods e Wegmans, nos Estados Unidos, ou na Tesco, Sonae, Ahold e Marks & Spencer, na Europa. Assim como Aeon, Lotte, E-Mart, Fair Price ou Hema, na Ásia, que têm ampliado a oferta de alimentos prontos, além de áreas dedicadas ao consumo dentro de suas lojas.

Nesse tema, é destaque na Coreia a Hyundai, que também opera varejo de lojas de departamentos, e inaugurou, em 2021, em Seul, sua mais recente loja, com 300 operações de foodservice, incluindo seis restaurantes no conceito fine dining, dentro de sua loja.

A incorporação e a integração de serviços nas atividades de varejo no mundo e no Brasil são uma necessidade, à medida que cresce a pressão sobre a rentabilidade das operações puras de comércio e varejo baseadas com a venda de produtos, especialmente devido ao crescimento da participação do varejo de valor.

Nos Estados Unidos, México e Inglaterra, farmácias e drogarias oferecem serviços como vacinação, diagnósticos e exames básicos e oftalmológicos, prática que está sendo feita de forma crescente no Brasil.

Projetos, decoração e customizações são oferecidos nas lojas de material de construção; ajustes e personalizações, nas lojas de moda e artigos esportivos.

E instalações e manutenção nas lojas de eletroeletrônicos, como o catálogo com mais de 30 serviços pessoais e domiciliares oferecidos pela Lotte, na Coreia, nessas categorias de produtos.

É importante também considerar o profundo processo de transformação envolvendo a oferta de serviços e soluções nos centros comerciais planejados, shopping centers e stripmalls, reconfigurando totalmente a oferta nessas operações.

Cabe a pergunta para quem está no comércio e no varejo de quaisquer categorias, canais, formatos ou modelos de negócios: Quanto os serviços ou soluções representam de seu faturamento atual e quanto deverão representar até 2030? E o que já oferece e poderá oferecer? 

A resposta, ou falta dela, deveria estimular reflexões mais estratégicas. 

NotaNo Latam Retail Show, de 17 a 19 de setembro no Center Norte, em São Paulo, haverá especial ênfase, conteúdo e programação dedicados às discussões dos impactos das transformações no mercado, na geografia, na economia, no consumo e no varejo nos diferentes canais, categorias, formatos de lojas e modelos de negócios nos diversos mercados mundiais, com especial ênfase nas estratégias envolvendo preço dinâmico. O evento também terá transmissão virtual de parte do conteúdo para quem não possa participar presencialmente. Os ingressos limitados já estão disponíveis pelo site.