O acordo

A presença de concorrentes estrangeiras no e-commerce é um desafio para as varejistas nacionais. A tramitação da ‘taxa da blusinha’ evidenciou a disputa no comércio eletrônico brasileiro, com as empresas brasileiras do setor alegando concorrência desleal.

No entanto, o Magalu adotou o lema “se não pode contra eles, então junte-se a eles”, ao anunciar a parceria estratégica com a gigante chinesa. Esta sinergia coloca o e-commerce do Magalu à frente de suas rivais nacionais e se torna um obstáculo para o Mercado Livre.

No dia 24 de junho, o Magalu comunicou que os produtos da plataforma chinesa pertencente ao grupo Alibaba seriam vendidos pela varejista brasileira. Em comunicado, o CEO Frederico Trajano disse que a parceria visa diversificar os produtos disponibilizados nos marketplaces das duas empresas.

“A parceria potencializa duas das maiores audiências do e-commerce brasileiro, com mais de 700 milhões de visitas mensais nas duas empresas, e possibilita que o consumidor final tenha acesso a um amplo portfólio de produtos, com curadoria e serviço de qualidade”, afirmou o executivo.

Na prática, o AliExpress passará a ser vendedor (seller) no marketplace do Magazine Luiza (3P, produtos vendidos por terceiros na plataforma). Já a empresa brasileira oferecerá produtos do seu estoque próprio na plataforma brasileira da companhia chinesa. De acordo com o comunicado, a chinesa oferecerá itens da sua linha Choice, um serviço de compras premium.

Segundo o relatório da Conversion, as gigantes asiáticas já dominam 15,4% do e-commerce brasileiro. No ranking das maiores lojas virtuais, porém, está a argentina Mercado Livre, que lidera com 14,5% do market share nacional. Em seguida, estão Shopee (9,2%), Amazon Brasil (7,8%), OLX (4,5%), Magazine Luiza (4,4%) e AliExpress (3,3%).