Em assembleia geral extraordinária de acionistas da Casas Pernambucanas, realizada na manhã de terça-feira (9), os acionistas aprovaram a criação de oito classes de ações ordinárias, com direitos políticos e econômicos iguais entre eles, e dessa forma, todos os acionistas passam a ter igual poder de voto na varejista. A informação sobre a assembleia está publicada em Diário Oficial Empresarial.
Além disso, os acionistas colocaram em votação, pela primeira vez, o aumento do dividendo mínimo obrigatório, de 25% para 35% do lucro líquido, para todo o conjunto de acionistas da empresa. Nas empresas de capital aberto, o mínimo é 25%.
A aprovação de um acordo entre os sócios foi informada pelo “Brazil Journal”.
Pela pauta votada, ainda houve a conversão de 50% das ações ordinárias em papéis preferenciais, como parte dessa reorganização de capital, e que serão criados com a prerrogativa de prioridade no reembolso do capital, e sem prêmio.
Também foi debatida e aprovada a reformulação da estrutura da administração da companhia, mediante a criação de um conselho de administração, e a extinção do conselho consultivo que existia. Houve ainda uma modificação no número de membros do “board” e de determinadas regras que eram atribuídas à diretoria, relata o texto.
A proposta colocada em votação não esclarece essas alterações.
Sobre a modificação do dividendo mínimo obrigatório, para 35% sobre o lucro líquido da companhia — algo que tende a afetar o montante destinado a reinvestimentos — o tema foi trazido em conjunto com a criação de uma reserva para investimentos e expansão.
A finalidade é assegurar recursos com a reserva, sem prejuízo de ter que reter lucros dos acionistas, diz o texto. E ainda ajudar a reforçar o capital de giro e a estrutura de capital da companhia, recentemente afetada pela escalada de juros, que tornou o crédito mais caro e elevou despesas.
O capital reservado ainda pode ser utilizado em operações de resgate, amortização, reembolso ou aquisição de valores mobiliários de emissão da própria companhia.
Foi deliberada ainda a adoção de uma cláusula submetendo eventuais divergências entre os acionistas e a companhia a uma câmara de arbitragem.
A movimentação ocorre para simplificar e melhorar a tomada de decisão e fortalecer a governança, considerando que até então, os sócios dividiam posições acionárias na empresa. Três holdings do grupo detêm 50% da varejista e, dos outros 50%, 49,98% estão nas mãos da empresa Nopasa e 0,02% com outra companhia, a Zodiac. Os acionistas têm posições nessas empresas.
Procurada, a empresa ainda não se manifestou.