Após a questão fiscal brasileira voltar ao radar do mercado, os próximos dias são marcados por indicadores importantes aqui e no mundo. No Brasil, o IPCA, principal indicador de inflação, é o ponto alto da semana, que ainda conta com dados de varejo e serviços. Além disso, falas do presidente Lula e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a respeito de movimentações e projetos no Congresso para equilibrar as contas públicas seguirão sendo monitoradas de perto. Nos Estados Unidos, a sabatina do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) no Senado ganha os holofotes, assim como os indicadores inflacionários CPI e PPI. Hoje (8), o foco fica nas expectativas do economistas divulgadas pelo Banco Central no Boletim Focus.
O ponto alto desta semana na agenda de indicadores locais é o IPCA, indicador oficial de inflação, do mês de junho, que será divulgado na quarta-feira (10). Após o Banco Central mudar de rota e paralisar mais cedo do que o esperado o ritmo de cortes da Selic com a alegação de preocupação com a alta dos preços, o índice ganha ainda mais importância.
Caso a inflação mostre estar sob controle, é possível esperar uma calmaria no mercado. Ainda que as preocupações continuem, especialmente devido aos dados fortes do mercado de trabalho (que, querendo ou não, podem se refletir em mais pressões inflacionárias), uma alta mais branda do IPCA pode significar que os juros pelo menos não precisarão subir tão cedo.
No dia seguinte (11), há a divulgação dos dados de varejo de maio e na sexta-feira (12) saem os dados de serviços. Os indicadores são importantes por mostrar justamente há quantas anda a atividade local e, consequentemente, o quanto há de pressões inflacionárias no cenário brasileiro.
É importante lembrar que outro assunto que segue em evidência ao longo da semana são as movimentações em Brasília par ao controle das contas públicas. Após falas de Lula questionando a necessidade de cortes de gastos por parte do governo, o mercado passou a adotar um comportamento mais cauteloso. No entanto, na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, garantiu que o presidente faz questão do cumprimento do arcabouço fiscal e que autorizou cortes de despesas, o que trouxe uma ponta de bom humor novamente.
Mas não é só no Brasil que os radares estão ligados. A semana também tem pontos de atenção vindos dos Estados Unidos, como as falas de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) no Senado na terça-feira (9). Os investidores buscarão pistas sobre o futuro dos juros por lá, uma vez que as taxas permanecem em patamares recordes e sem perspectivas de uma queda tão cedo.
O que trará indicações mais concretas, no entanto, serão os dados inflacionários. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) será divulgado na quinta-feira (11) e o índice de preços ao produtor (PPI), na sexta-feira (12).
Caso os números venham dentro do esperado e mostrem um arrefecimento da alta dos preços, é possível esperar um bom humor no mercado, já que as apostas em um corte de juros podem ganhar força.